Terapia com proteína injetável reverte sintomas da endometriose

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Tratamento promoveu redução do inchaço abdominal e eliminou lesões em camundongos sem comprometer a fertilidade

 
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Uma proteína fornecida por meio de injeção pode reverter os sintomas da endometriose e de outros problemas ginecológicos, de acordo com pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel.

O tratamento com o fator fisiológico antiangiogênico PEDF também reverteu os sintomas da síndrome da hiperestimulação ovariana sem comprometer a fertilidade.

A criação de novos vasos sanguíneos no corpo, chamada “angiogênese”, geralmente acontece em ligação com a cura de feridas e tumores. Mas também é um processo contínuo no trato reprodutivo feminino, onde o crescimento e quebra de vasos sanguíneos é uma parte normal do ciclo menstrual. No entanto, o crescimento anormal dos vasos sanguíneos pode ter consequências dolorosas e resultar em patologias.

Existem duas principais patologias associadas com a angiogênese no sistema reprodutor feminino. Uma delas é a endometriose, caracterizada pela passagem de células uterinas para outros locais no corpo durante a menstruação, o que provoca dor severa e reduz a fertilidade. A outra é a síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO), possível efeito colateral dos tratamentos de fertilização in vitro. Esta é uma doença potencialmente fatal, com sintomas como dor abdominal e inchaço.

Aproximadamente 170 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose, e cerca de 10% das mulheres que receberam o tratamento de FIV desenvolvem SHO. Atualmente não existem tratamentos para essas condições.

Anti-angiogênico

Nas últimas décadas, os cientistas realizaram uma extensa pesquisa sobre os fatores pró-angiogênicos, tais como fatores de VEGF e anti-angiogênicos incluindo PEDF. O efeito de PEDF na diminuição anormal da angiogênese tem sido extensivamente investigado nos olhos e nos tumores.

A equipe da pesquisadora Ruth Shalgi sugeriu a hipótese de que a mesma proteína pode ter um papel em doenças do sistema reprodutivo feminino, relacionada com o crescimento dos vasos sanguíneos.

Tanto na endometriose quanto em SHO, os níveis excessivos de VEGF permitem a vascularização anormal que caracteriza as duas doenças. Para contrariar este efeito e restabelecer um equilíbrio angiogênico saudável no sistema reprodutivo, os pesquisadores se voltaram para PEDF como um agente de terapia de reposição.

No laboratório, eles desenvolveram modelos de ratos de endometriose e SHO. Depois de preparar a proteína PEDF, eles injetaram os ratos com o fator.

Os pesquisadores notaram uma “inversão perfeita” de todos os sintomas, incluindo redução do inchaço abdominal em ratos com SHO e eliminação das lesões em animais com endometriose.

Ao avaliar se esta proteína pode afetar a fertilidade, eles confirmaram que PEDF não teve impacto negativo na taxa de ovulação ou gravidez. Na verdade, ela aumentou o número de ovos no modelo de endometriose, o que sugere melhor fertilidade.

O próximo passo da equipe é comercializar a proteína para uso terapêutico.

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