Medida vem depois de Pyongyang anunciar que pretende expandir capacidade bélica nuclear
A Coreia do Norte afirmou que irá retomar todas as atividades de seu principal complexo nuclear, de Yongbyon, fechado em 2007.
O anúncio ocorre um dia após um porta-voz do Departamento Geral de Energia Atômica do país ter dito que o governo pretende fazer com que a capacidade bélica nuclear norte-coreana seja “expandida e elevada quantitativamente e qualitativamente”.
A medida é o mais recente passo na escalada da tensão na península coreana após a realização do terceiro teste nuclear de Pyonyang em fevereiro deste ano.
Coreia do Sul demonstra poderio militar
Na segunda-feira, o Parlamento da Coreia do Norte aprovou a expansão do programa nuclear do país, dando maior ênfase ao uso deste tipo de armamento em sua estratégia de defesa nacional.
O país declarou estar em “estado de guerra” com o Sul — levando o vizinho a indicar publicamente que irá dar uma “forte resposta” a agressões promovidas pelo Norte.
Pyongyang começou a fazer as atuais ameaças contra Seul após a aprovação de novas sanções contra o país pelo Conselho de Segurança da ONU em fevereiro, em resposta aos testes nucleares norte-coreanos.
Os Estados Unidos também foram alvo de ameaças devido aos exercícios militares conduzidos com os sul-coreanos anualmente.
“A vida da nação”
O Parlamento norte-coreano, conhecido como a Assembleia Suprema do Povo da Coreia do Norte, reuniu-se durante todo o dia nesta segunda-feira (1º) para sua sessão anual, que geralmente se concentra em decisões econômicas.
Mas a agência de notícias estatal KCNA disse que os parlamentares “adotaram de forma unânime uma orientação que dá maior ênfase às armas nucleares na defesa do país”.
Segundo a agência, a lei aprovada classifica as armas nucleares do país como um “meio de defesa” que servem ao propósito de “administrar ataques retaliatórios às fortalezas de agressão até que o mundo esteja desnuclearizado”.
No domingo, após uma rara reunião de cúpula emergencial, o Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (o principal partido da Coreia do Norte) descreveu as armas nucleares como “a vida da nação”.
“O Exército do Povo deve aperfeiçoar os métodos e as operações de guerra na direção de aumentar o papel-chave das Forças Armadas nucleares em todos os aspectos que dizem respeito às estratégias de guerra e de retaliação”, diz o comunicado emitido pela reunião e divulgado pela KCNA.
Embora o país tenha aumentado sua retórica de guerra e ameaças nos últimos dias, poucos acreditam que a Coreia do Norte possa realmente colocar em prática um conflito bélico de fato.
Mesmo assim, o governo sul-coreano diz levar as ameaças do vizinho “muito a sério” e, em Washington, um porta-voz do presidente americano, Barack Obama, disse que “apesar da forte retórica que estamos ouvindo de Pyongyang, não estamos vendo mudanças na postura militar norte-coreana, tais como mobilizações em grande escala e posicionamento de forças”.