Vítima de médica suspeita de eutanásia continua internada, dizem advogados

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igilo da investigação do caso foi derrubado nesta segunda-feira (25) 

Do R7, com Jornal da Record

O Hospital Universitário Evangélico de Curitiba se manifestou nesta segunda-feira (25) contra a investigação policial que resultou na prisão da chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, na terça-feira (19). Ela é suspeita de praticar eutanásia em pacientes — antecipação da morte com uso de práticas médicas.

Segundo os defensores, houve erro na investigação porque um dos seis pacientes dado como morto pela polícia, e que teria motivado a prisão da médica, continua internado. O advogado Glauco Antônio Ferreira disse que eles também vão pedir à Justiça o afastamento da delegada responsável pelo inquérito.

O advogado de Virgínia, Elias Mattar Assad, afirmou que ainda não teve acesso à prova de materialidade do crime do qual a médica é suspeita. Ele entrou nesta segunda-feira com um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Paraná para ter acesso às escutas feitas dentro do hospital e outros documentos que a delegada teria negado fornecer.

As investigações corriam em sigilo, mas como a última suspeita, a enfermeira Laís Grossi, entregou-se à polícia nesta tarde, o segredo do inquérito foi suspenso, segundo Assad.


Entenda o caso

Na manhã de terça-feira (19), policiais civis do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde de Curitibaprenderam a chefe da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de um dos mais importantes hospitais do Paraná. A médica Virgínia Helena Soares de Souza, de 56 anos, é suspeita de antecipar a morte de pacientes internados na unidade. As investigações começaram há um ano, após denúncias de funcionários do próprio hospital. Ela foi indiciada por homicídio qualificado, por não haver chance de defesa das vítimas. 

Virgínia chefiava, desde 2006, a UTI geral do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba. O setor fica no quarto andar do prédio, local em que a vigilância sanitária encontrou, em 2012, cinzeiros com cinzas e também bitucas de cigarro. Em nota, o Hospital Universitário Evangélico disse, no dia da prisão, que abriu sindicância interna para apurar os fatos, que reconhece a competência profissional de Virgínia e que até o momento desconhece qualquer ato técnico dela que tenha ferido a ética médica. Toda a equipe do setor foi trocada.

Em nota divulgada, na sexta-feira (22), a médica se diz vítima de ex-funcionários. O filho dela, Leonardo Marcelino, e o advogado Elias Mattar Assad, disseram que tudo é um grande erro da polícia e que as denúncias são baseadas em depoimentos e não em provas.

Apesar de estar na UTI do hospital desde 1998 e chefiar o setor há sete anos, Virgínia não era especialista na área. Segundo a polícia, quem assinava por ela como chefe da UTI era outro médico. Ela assumiu o cargo, que era do marido, depois que ele morreu.

Colegas dizem que médica é ríspida, porém idônea

No sábado (23), a Justiça expediu quatro mandados de prisão para três médicos e uma enfermeira. Os anestesistas, Edson Anselmo da Silva Júnior, Maria Israela Boccato e Anderson de Freitas, foram levados à delegacia no mesmo dia. A enfermeira Laís Grossi se apresentou na segunda-feira (25).

Os médicos presos negam qualquer conduta antiética e foram orientados pelo advogado de Virgínia a ficarem calados. Foi iniciada uma investigação dentro do hospital, inclusive com membros do Ministério da Saúde, para constatar eventuais irregularidades praticadas pela médica ou por outros profissionais.


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