Pressionado por partidos do arco de aliança a se manifestar desde já em defesa de algumas pré-candidaturas a prefeito, Silval Barbosa (PMDB) está disposto a convocar as legendas que ajudam-no a governar para estabelecer regras. Fontes do Palácio Paiaguás adiantam que o governador pretende participar ativamente da campanha eleitoral, com direito a discurso em palanque e no horário eleitoral, mas defende que isso ocorra mediante critérios.
No município onde houver confronto de candidatos considerados aliados da administração estadual e que, principalmente, ajudaram o peemedebista a chegar ao poder, ele tende a ficar neutro. Acredita que, se não agir assim, trará mais problemas para o governo.
Em Cuiabá, por enquanto, Silval não deve enfrentar essa relação conflituosa, já que o PMDB deve convergir os demais partidos do arco de alianças para adesão ao nome do empresário Dorileo Leal. O Paiaguás espera que partidos como PSD, PT e PP estejam no mesmo palanque do peemedebista. Em Várzea Grande, há possibilidade do governador também se fazer presente na campanha porque o seu partido deve lançar projeto próprio, ou com o deputado Walace Guimarães ou com o secretário das Cidades Nico Baracat, embora o DEM também caminhe na mesma direção, com o senador Jayme Campos no páreo, assim como o PSD do prefeito Tião da Zaeli.
Cidade-pólo do Sul do Estado, Rondonópolis tende a receber também o reforço de Silval no palanque do prefeito Zé do Pátio, que vai à reeleição, mesmo ambos ainda enfrentando conflitos internos. Nas duas últimas eleições, Silval e Pátio estiveram em campos opostos, embora sejam do mesmo PMDB.
A preocupação do governador é no sentido de não deixar que as questões paroquiais venham prejudicar a administração. Silval sabe, porém, que dificilmente evitará divergências. Na reunião que terá com os líderes partidários, o governador fará um prognóstico, desde o surgimento de sua candidatura ao Paiaguás à conquista nas urnas da reeleição, lembrando dos principais aliados e de que, à medida do possível, se esforçará para retribuir a eles o apoio recebido no pleito de 2010. Por outro lado, pedirá compreensão por não assumir candidatura naquele município onde dois ou mais de seus "parceiros políticos" vierem a se enfrentar. No fundo, Silval não quer entrar em confusão política.