Cuiabá tem motivos para comemorar o Dia Mundial de Luta contra a Aids, lembrado nesta quarta-feira (1º). Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) mostram que houve redução de aproximadamente 20% de casos declarados positivos na Capital, no intervalo de 12 anos.
Em 1998, o Sinan apontou que a taxa de incidência era de 31,7 pessoas, em um universo de 100 mil. Em 2010, o índice foi de 26,3. Os anos de 2002, 2003, 2004, foram os que mais registram aumento. Foram notificados 42, 40,5 e 43 casos, em um universo de 100 mil, respectivamente.
Dados do Ministério da Saúde do ano de 2010 mostram que Mato Grosso aparece na décima colocação na lista de pessoas infectadas com o vírus da Aids. A taxa é de 17.4 a cada 100 mil habitantes.
O boletim epidemiológico, divulgado na última semana, mostra o Brasil como um país em que a Aids se estabilizou. No ano passado, em cada cem mil habitantes, 17,9 tiveram o diagnóstico do HIV positivo. É menos do que em 2009 e o mesmo índice de dez anos antes.
A região Centro-Oeste aparece como a que registrou menos casos de óbitos devido a Aids. Em 2010, 761 pessoas morreram em decorrência da doença na região. A região sudeste aparece no topo da lista com 5.687 óbitos ligados a doença.
Coquetel milagroso
O Ministério da Saúde acredita que a redução das mortes está diretamente relacionada à eficácia da terapia anti-retroviral altamente ativa, conhecida como "coquetel". Os tratamentos consistem em drogas que interrompem o ciclo vital do vírus HIV de diferentes formas.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, sustentou a informação em comunicado oficial. "O Brasil segue a tendência mundial de redução de casos e óbitos ao longo dos anos. As pessoas estão vivendo mais e melhor com a doença, graças ao acesso aos medicamentos", afirmou.
Vale ressaltar que coquetel anti-Aids é fornecido gratuitamente pelo Governo Federal e todo o tratamento e acompanhamento da doença pode ser feito totalmente gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Dia Mundial de Luta Contra a Aids
O dia foi instituído como forma de despertar a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a pandemia e promover análises da sociedade e órgãos públicos sobre a doença.
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgou que para o 1º de dezembro de 2011 foram escolhidos temas relacionados ao preconceito, ainda latente na sociedade de uma forma geral.
Segundo o coordenador de Vigilância Epidemiológica, Juliano Silva Melo, o foco da campanha é estimular a reflexão contra o preconceito e a discriminação que a população homossexual, entre os quais os jovens, e de pessoas que vivem com HIV/Aids sofrem diariamente.
E sobre a falsa impressão de que a Aids afeta apenas o outra, sendo que toda a população pode estar vulnerável ao contato com o vírus. "O HIV pode alcançar todo os grupos populacionais, atinge homens, mulheres, independente de orientação sexual e condições sociais e econômicas", disse ele.
O coordenador ressalta ainda que o preconceito apresenta-se como uma das maiores barreiras para quem vive com Aids, interferindo até na adesão ao tratamento. A Aids é uma doença crônica que possui tratamento e controle.
"Quanto mais cedo a pessoa conhecer a sua condição sorológica mais fácil será o manejo do tratamento e acompanhamento da evolução da doença, proporcionando assim ao usuário melhor qualidade de vida e a oportunidade de repensar sobre a cadeia de transmissão", disse Juliano Melo.
Já para o ano de 2011, a Campanha de Conscientização terá como público alvo jovens em geral (homens e mulheres), com idade de 15 a 24 anos, com prioridade nas populações de baixa renda. A proposta é dar maior visibilidade as questões de viver com HIV/Aids, além de combater o estigma e a discriminação e mostrar a proximidade da doença do universo dos jovens.
A SES, em parceria com os municípios matogrossenses trabalha durante o ano todo com ações continuadas e estratégicas visando o controle e diagnóstico precoce do agravo na busca de casos novos de HIV e Aids.
