O deputado federal Eliene Lima (PSD), que levou um tiro no joelho e perdeu a rótula após um assalto em Cuiabá, na última quinta-feira (03), defendeu a pena de morte e a prisão perpétua no Brasil.
Ele falou, do quarto em que está internado, no Hospital Ortopédico, que é justo a um criminoso, desde que devidamente comprovado seu ato, ser preso para o resto da vida ou receber a pena capital em casos de crimes graves.
"O histórico da pena de morte no mundo tem trazido muita discussão, sobretudo por causa de alguns erros cometidos durante a tramitação do processo. Mas, se as autoridades tiverem certeza do crime, com tudo comprovado, aí não tem jeito: acho justa a pena de morte", afirmou.
Segundo ele, determinados tipos de bandidos não têm recuperação.
"Não adianta prender e depois soltar. Essas pessoas vêm para a rua e não tem recuperação. Se não matar os bandidos, eles vão matar pessoas inocentes. Vejo desta forma", afirmou.
Outra possibilidade para se diminuir a impunidade, segundo Eliene Lima, seria a prisão perpétua.
"Sabendo que poderá receber uma pena rigorosa, como ficar preso para o resto da vida, é um fator que pode contribuir para a diminuição da criminalidade. O bandido tem que pagar pelos seus atos, pela falta de responsabilidade e pela covardia contra os cidadãos", disse.
Impunidade
O parlamentar afirmou que é preciso buscar, através de leis, "elementos que possam ser mais rigorosos com a bandidagem, com pessoas que não tem dó de ninguém".
"As leis são brandas, a verdade é essa. Porque vira e mexe a gente vê bandidos sendo soltos através de liminares. Não tenho dúvida de que os dois sujeitos que nos assaltaram e atiraram são ex-presidiários. Eles não me mataram, mas vão matar amanhã um cidadão de bem", afirmou.
"É preciso que os criminosos paguem caro, através de penas rígidas, pena de morte, se for apurado e comprovado o fato; é preciso cobrar caro dos bandidos", completou.
Fronteira
Segundo ele, em outras ocasiões ele já defendeu esse posicionamento. "O fato de eu ter sido vítima de um assalto e ter sido baleado muda pouca coisa. Já pensava assim antes. Não é o fato de acontecer isso comigo que vou mudar o que penso", disse.
Segundo ele, o Estado precisa exercer o rigor da lei "em suas últimas conseqüências". "Quem ataca, violenta e mata pessoas inocentes tem que pagar. As coisas precisam mudar", disse.
Para ele, não é apenas em Mato Grosso que o setor da segurança pública enfrenta problemas.
"A situação está generalizada no país inteiro. Mas aqui, no nosso Estado, tem algumas particularidades, como o fato de sermos vizinhos de países produtores de cocaína e outras drogas", disse.
Ele defende que os governos federal e estadual se desdobrem para impedir o tráfico nas fronteiras. "É preciso um aparato para impedir o comércio e a distribuição por Mato Grosso. Se isso for feito, certamente cai a criminalidade, pois hoje o Estado atrai bandidos perigosos do país inteiro por causa das drogas", disse.
Para Eliene, outro fator que prejudica o combate ao crime é o tamanho reduzido do contingente das forças de segurança.
"Tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil, assim como o Exército, possuem poucos homens, se comparado com a demanda. É preciso mais homens nas ruas e nas fronteiras", disse.
Agradecimento
Ao receber alta, provavelmente nesta segunda-feira, Eliene pretende conversar com o governador Silval Barbosa (PMDB) sobre o assunto.
"Vou reforçar também minha atuação nesse sentido em Brasília. Não é fácil passar por uma situação como a que milhares de brasileiros passam todos os dias por causa da violência e da criminalidade", disse.
Eliene também agradeceu as manifestações de solidariedade que recebeu durante sua internação. "Agradeço aos amigos, parentes e colegas que rezaram por mim. Agradeço também a Deus por ter sido evitado um mau maior", disse.