“Foi um verdadeiro terror; eles atiraram para matar”

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"Foi um verdadeiro terror. Eles atiraram para matar". Com essas palavras, o deputado federal Eliene Lima (PSD) resumiu os momentos de tensão pelos quais ele passou na noite de ontem (03), durante um assalto, em Cuiabá, em que levou um tiro no joelho esquerdo.

O deputado contou que os dois assaltantes resolveram atirar depois que o dono da residência em que estavam, o delegado aposentado João Capetinga, reagiu e tentou desarmar um deles.

Eliene contou que estava indo participar de um jogo de futebol na AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), no bairro Coxipó, quando ele e seu amigo Hélio Pimenta, que também estava no carro, resolveram parar na casa do amigo Capetinga, para lhe cumprimentar.

"Eu saí da Assembléia Legislativa e estava indo para o jogo quando, ali perto do antigo Sayonara, no bairro Boa Esperança, parei para cumprimentar o João. Foi só eu descer e apertar a sua mão, e cumprimentar também um vizinho, que logo em seguida fomos rendidos", afirmou.

Nesse instante, Eliene disse que tentou fazer um sinal de socorro com uma das mãos para um carro que passava pelo local. "Um dos assaltantes percebeu e me deu uma coronhada da cabeça", afirmou.

"Aí eles mandaram todos entrarem na casa e começaram a aterrorizar. Eles só perguntavam onde estava o dinheiro e o cofre. Daí eles começaram a revirar algumas gavetas e encontraram uma caixa de balas (projéteis). Então eles queriam saber onde estava o revólver do João. Graças a Deus não encontraram a arma, porque seria mais fácil matar a gente", disse.

Reação

Segundo o deputado, foi nesse momento que o dono da casa reagiu e tentou tirar a arma de um dos bandidos. "O João Capetinga aproveitou um descuido e tentou desarmar um dos assaltantes, o menos experiente. Eles ficaram nervosos e meteram bala na gente", contou.

Eliene relatou que o assaltante mirou, primeiro, nele. "O tiro ia acertar na minha barriga, mas consegui pular e pegou na rótula. O segundo tiro era para acertar a mulher do João e ele. Acabou acertando, felizmente, só na mão dele".

Após os dois primeiros disparos, os bandidos atiraram mais duas vezes, segundo Eliene, mas os tiros não atingiram mais ninguém. 

Segundo ele, um outro bandido ficou o tempo todo do lado de fora, monitorando a ação.

Logo que os assaltantes saíram, Eliene começou a pedir por socorro e foi para a calçada.

"Meu joelho começou a sangrar muito, vi que tinha estraçalhado a rótula. Eu estava em pânico, meio desesperado. Daí abri o portão e um vizinho ouviu meus gritos e chamou a polícia, que em cinco minutos chegou. Apesar do cerco, os bandidos fugiram, provavelmente de moto", afirmou.

Em seguida, Eliene ligou para o ex-deputado Joaquim Sucena, médico e um dos proprietários do Hospital Ortopédico. "Fui para lá e, quando cheguei, já havia uma equipe me esperando para dar os primeiros socorros", disse.

Ao falar sobre o episódio e o susto, Eliene fez um desabafo. "Olha, eu acho que Deus está no nosso lado, porque a expressão facial dos assaltantes mostrava, claramente, que eles não tinham consideração pela vida de ninguém, nem pela vida deles. A gente podia ter morrido. Estou dando graças a Deus de ter acertado meu joelho. Mesmo que eu fique sem a rótula, entre os males será o menor. Por isso, estou conformado", afirmou.

Eliene disse ainda que reconheceu um dos assaltantes através de um catálogo levado pela polícia. "É um presidiário, que fugiu há pouco tempo", afirmou. Durante toda a ação, os assaltantes não esconderam os rostos. Eles apenas usavam bonés.

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