Dólar cai 1,44% e segue para maior queda mensal em 8 anos

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O dólar voltou a cair forte ante o real nesta sexta-feira (28), caminhando para a maior queda mensal em mais de oito anos, com a menor cautela com a crise de dívida na Europa abrindo espaço para um maior fluxo de recursos ao país.

A moeda norte-americana recuou 1,44%, para R$ 1,68 na venda. Faltando apenas uma sessão para o fechamento do mês, a divisa norte-americana já soma desvalorização de 10,48% em outubro.

Se confirmado esse ritmo, será o maior tombo mensal desde abril de 2003, quando a moeda desabou 13,20%, poucos meses após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República.

A baixa da taxa de câmbio compensa, em parte, a disparada de 18% na cotação verificada no mês passado, em meio à escalada das preocupações com a crise de dívida na Europa.

 

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Foi a primeira vez desde 9 de setembro, quando fechou a R$ 1,68 na venda, que o dólar ficou abaixo de R$ 1,70. No acumulado da semana, a taxa de câmbio recuou 5,40%.

 

De acordo com profissionais consultados, o acordo entre líderes europeus para combater a crise de dívida da região, acertado na véspera, trouxe de volta, ao menos por ora, a tranquilidade aos mercados, o que favorece o retorno dos investimentos a países com fundamentos sólidos e elevados rendimentos, como o Brasil.

O economista-chefe do Espirito Santo Investment Bank, Jankiel Santos, afirmou que "a Europa tirou a aversão ao risco e agora os fundamentos da economia brasileira se tornam mais importantes".

Na véspera, os mercados financeiros globais tiveram um dia de euforia, depois que autoridades europeias chegaram a um acordo envolvendo a participação de credores privados na ajuda à Grécia e o reforço no fundo de resgate da região, que pode chegar a 1 trilhão de euros.

O acordo amenizou temores quanto a um contágio da crise de dívida da Europa e a seus efeitos sobre a economia global.

Juro ainda elevado

Para o analista econômico da Win Trade José Goés, os agentes tendem a olhar com mais atenção a taxa básica de juros brasileira que, mesmo em queda, ainda é uma das maiores do mundo.

A Selic está atualmente em 11,50 por cento ao ano, e investidores apostam em mais duas quedas de 0,5 ponto percentual até o início de 2012. A taxa remunera, entre outros, os títulos públicos, acaba atraindo mais investidores estrangeiros e, dessa forma, mais dólares para o país. Com fluxo intenso, a tendência é de queda da moeda norte-americana.

Santos, do Espirito Santo Investment Bank, acredita que o nível de R$ 1,70 deve se mostrar um patamar de suporte para o dólar.

– Apenas com o tempo, se vierem notícias consistentes da Europa, o dólar pode ir a R$ 1,65. Mas R$1,60 é um nível em que o Banco Central já mostrou que pretende fazer atuações [para frear a queda].

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