Com o "Novo Cangaço" tomando conta do interior do Estado, onde bandidos invadem agências bancárias e usam pessoas como escudos-humanos para garantir sua fuga, o medo da população com a falta de segurança pública aumenta.
O secretário de Estado de Segurança Pública, Diógenes Curado, no entanto, acredita que esse tipo de ocorrência deve diminuir com o fim da greve dos escrivães e investigadores da Polícia Civil e com o aumento do efetivo da Polícia Militar.
Para Curado, o aumento no índice de criminalidade em Mato Grosso foi apenas um "oportunismo" dos bandidos, que se aproveitaram da greve na Polícia Civil. Segundo ele, tudo deve ser normalizado a partir de agora, com a ação conjunta de policiais civis e militares.
"O novo cangaço é um problema de todo o país, não só de Mato Grosso. Agora, os Grupos de Combate ao Crime Organizado (dos Estados onde há a prática desse crime) estão trabalhando de maneira interligada, o que é necessário, porque a maioria das quadrilhas que atuam em Mato Grosso é de fora", argumentou o secretário, em entrevista aoMidiaNews.
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Osmar Lino Farias, observou que o trabalho dos policiais militares é coibir esse tipo de crime, não resolvê-los. "A eliminação depende dos trabalhos de investigação dos serviços de inteligência", disse.
Furos na legislação
O coronel Lino Farias reclamou das falhas existentes nos códigos Penal e Criminal, uma vez que os bandidos presos, muitas vezes, são reincidentes. "Tem que haver uma mudança na legislação do sistema prisional", defendeu.
Para o secretário de Segurança Pública, a culpa, muitas vezes, recai na morosidade da Justiça, em julgar os crimes daqueles que estão presos. Além disso, Curado ressaltou que mudanças na Constituição são necessárias. "A legislação precisava ser mais rígida, principalmente no caso de crimes violentos", afirmou.
Expectativa
Curado aproveitou para elogiar as mudanças realizadas pela Polícia Civil e acredita que, com o delegado Luciano Inácio à frente da Diretoria Metropolitana da PJC, "as coisas devem entrar nos eixos".
A esperança do secretário na competência de Inácio se deve à atuação do delegado na Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) por 13 anos.