Em assembleia-geral realizada na tarde desta segunda-feira (5), investigadores e escrivães da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso decidiram decretar o fim da greve geral, que durava mais de dois meses.
Por maioria, os policiais optaram por aceitar a última proposta feita pelo Governo do Estado, antes da radicalização do movimento, na sexta-feira (2), quando 100% pararam de trabalhar. O retorno ao trabalho acontece nesta terça-feira (6).
De acordo com o presidente do Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil e Agentes Prisionais de Mato Grosso (Siagespoc), Cledison Gonçalves, a proposta aceita é a de que o salário inicial, hoje de R$ 2.365, chegue até 2014 em R$ 3.900.
Já policiais civis com 30 anos de serviço, que ganham R$ 5.250, chegarão até 2014 com R$ 11.079. O acordo significa que até o salário final, haverá graduações. A primeira será iniciada ainda este ano, em dezembro, de 15% a 20% de aumento.
Em seguida, os reajustes ocorrerão no mês de maio dos anos de 2012, 2013, com média de 10% de aumento, e em 2014, em maio, com média de aumento entre 15% e 20%, e, por fim, em novembro, com aumento de 30%.
Para o presidente do Siagespoc, investigadores e escrivães entenderam que as negociações com o Governo do Estado chegou em seu limite.
"A categoria entendeu que avançou aquilo que poderia ser avançado neste momento. Nós deixamos claro que a luta continua e depois de 2014 a gente avança", afirmou.
"Insegurança pública"
A greve dos 2.500 investigadores e escrivães da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso, que perdurou por dois meses, serviu, de acordo com o presidente das categorias, Cledison Gonçalves, para mostrar a fragilidade da Segurança Pública no Estado.
Em sua análise, é preciso que o Governo comece a olhar com outros olhos para o setor em Mato Grosso, antes que a situação piore.
"A greve serviu para mostrar que a nossa segurança pública é falha, que existem muitas falhas e que as mesmas devem ser corrigidas para 2014, se não, muito mais do que recebermos a Copa do Mundo, teremos uma catástrofe no Estado", avaliou.
Para o presidente, ainda que a onda generalizada de violência tenha se espalhado nos mesmos dois meses em que a Polícia Civil ficou parada, época também em que o Estado entrou em crise no setor, o movimento foi positivo.
"O momento é oportuno e serviu para o Governo avaliar a segurança pública. Então eu acho que valeu, e muito, inclusive para a população que foi a grande prejudicada", completou.