Robinho não perdeu só a condição de titular da seleção brasileira para Jadson no empate contra o Paraguai por 2 a 2, no sábado (9), em Córdoba, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América. O jogador do Milan viu Fred e Lucas entrarem no segundo tempo, mas ficou no banco durante todo o jogo. Antes capitão do time de Mano, Robinho agora virou última opção para o ataque brasileiro.
Brasil empata com Paraguai e tem pior início na Copa América desde 1993
Sua fraca participação na partida contra a Venezuela, na primeira rodada da competição, tirou não apenas a paciência do torcedor, mas também do técnico Mano Menezes, que não nomeou Robinho como seu principal alvo no discurso, mas deixou clara a possibilidade de mudar o ataque canarinho. Após o empate contra os paraguaios, o gaúcho afirmou que a equipe foi melhor do que na estreia, quando Robinho esteve em campo.
– Fizemos um jogo melhor que o primeiro porque o adversário exigiu mais. Seria muito frustrante sair desse jogo com uma derrota. Ainda precisamos ajustar a parte ofensiva para concretizar as chances em gol. Tenho certeza que vamos evoluir jogo após jogo.
Em sua entrevista após a partida contra os venezuelanos, porém, Robinho não pareceu se sentir ameaçado. Questionado se está à vontade no esquema tático montado por Mano Menezes, foi direto.
– Estou à vontade na seleção. Essa é a posição em que gosto de jogar, aberto pela direita. Quem sabe contra o Paraguai eu ajudo o time a conseguir a primeira vitória.
O empate contra o Paraguai mostrou que o jogador terá que reconquistar seu espaço no elenco. O Brasil perdia o jogo até os 45min do segundo tempo, quando Fred empatou a partida e salvou o time de um vexame histórico.
À vontade mesmo, só na Vila
Titular absoluto do time verde e amarelo desde o fim da Copa do Mundo de 2006, Robinho viveu sua melhor fase na equipe nacional sob o comando de Dunga. Foi artilheiro da Copa América de 2007 e passou a ter status de intocável na seleção, apesar de jamais ter se firmado como um verdadeiro talento desde que trocou o Santos pelo futebol europeu.
Negociado com o Real Madrid depois de brigar com o Peixe para ser vendido, o atacante iniciou uma verdadeira onda de altos e baixos na carreira, mas sem perder o status de titular da seleção. Foi assim quando amargou a reserva no clube espanhol, brigou novamente para ser negociado, desta vez com o Chelsea, e acabou sendo contratado pelo "novo rico" do futebol inglês, o Manchester City.
No time dos milionários árabes, mais uma vez não conseguiu convencer e, depois de amargar um tempo no banco de reservas, foi emprestado ao Santos. Renasceu na Vila Belmiro, ganhou o Paulistão e a Copa do Brasil de 2010, garantiu presença no Mundial da África do Sul e chamou a atenção do Milan, seu atual clube, no qual também alterna boas partidas com outras totalmente esquecíveis.
É essa alternância de bons e maus momentos que está sendo finalmente analisada na seleção e colocou Robinho no lugar que mais habitou nos clubes nos últimos anos: o banco de reservas. Nos nove jogos sob o comando de Mano, Robinho foi substituído em sete.