Wilson Santos se isolou por alguns meses, aparece com discurso de que precisa recomeça e vai para sala de aula
Wilson Santos, que se isolou e caiu no ostracismo político após sair em terceiro lugar na disputa ao governo estadual, reaparece incorporado na profissão de origem: a de professor. Ele começa no próximo dia 16 a dar aulas de história aos alunos do Cuiabá-Vest, cursinho preparativo e voltado a estudantes carentes que buscam o terceiro grau. O Cuiabá-Vest foi criado na gestão do próprio Wilson. Ele agora terá uma rotina permanente como professor, após duas décadas exercendo mandato eletivo. Demonstrando humildade, mas com o mesmo estilo populista, Wilson disse aos aliados que precisa recomeçar. Em verdade, busca reconquistar espaço e prestígio, pensando numa nova candidatura de deputado federal no pleito de 2014.
O ex-prefeito da Capital integra o quadro de professores de dois pólos, um do Pedra 90 e outro do Tijucal. As aulas são ministradas à noite. Para este ano, a Fundação Educacional de Cuiabá (Funec), sob o ex-vereador Mário Nadaf, registra 2.530 alunos matriculados nos 12 pólos. Nadaf disse ter sugerido a Wilson que discorra, em sala de aula, sobre assuntos da atualidade. Fez rasgados elogios ao histórico do militante tucano, lembrando que Wilson acaba de concluir curso de especialização em História Contemporânea na universidade de Coimbra, em Portugal. Como professor do Cuiabá-Vest, Wilson não terá salário. Aliás, de quais rendimentos financeiros ele sobrevive hoje?
Ex-vereador, ex-deputado estadual e federal, Wilson não recebe pensão do extinto Fundo de Assistência Parlamentar (FAP). Aposta em salário como consultor e fechou contrato com o governo tucano de Minas Gerais para atuar como conselheiro, com salário de aproximadamente R$ 10 mil. Nem precisa cumprir expediente.
Trajetória
Wilson começou na vida pública como vereador pela Capital, em 88. Dois anos depois, se elege deputado estadual. Ocupa dois mandatos na Assembleia até conquistar cadeira na Câmara Federal. Concorre e perde para prefeito. Em 2004, se elege. Fica 5 anos e 4 meses no Palácio Alencastro e renuncia ao mandato para concorrer a governador. De líder nas pesquisas no início da campanha, Wilson acaba amargando o terceiro lugar nas urnas.