MT exporta 70% de produtos da agricultura familiar

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Ao menos 70% dos produtos originários da agricultura familiar consumidos em Mato Grosso vêm de outros estados. Entre eles, destaque para verduras, legumes, frutas e leite. Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores da Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Pública de Mato Grosso (Sinterp – MT).

Além destes produtos, utilizados na alimentação diária do mato-grossense, o Sinterp denunciou que a falta de investimentos por parte do Governo do Estado no setor está levando alimentos tradicionais à extinção.

A falta da farinha de mandioca, rapadura de cana-de-açúcar e queijo frescal nas feiras e, até mesmo, para o consumo próprio dos agricultores, já seria o reflexo do sucateamento que a Empresa de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural de Mato Grosso (Empaer) vem experimentando nos últimos 20 anos.

Devido a esse sucateamento, incluindo nele a falta de reajuste salarial, os funcionários entraram em greve na última segunda-feira (20).

Conforme a vice-presidente do Sindicato, Ieda Santos, são 150 mil famílias produtoras que participam dos programas de agricultura familiar de Mato Grosso. Com o quadro reduzido de 375 técnicos, significa que cada um é responsável por 400 famílias. O número ideal seria de um técnico para cada 100 famílias.

"Temos clima favorável, por exemplo, para produzirmos alimentos, sem que haja a necessidade de exportá-los. Porém, precisamos de uma reestruturação e não só na questão salarial, mas também na reestruturação da empresa. Sem condições para atendermos com qualidade os agricultores familiares, eles não têm condições de produzirem", afirmou.

Outro ponto reivindicado pela categoria é a unificação de tabela para outros órgãos, do mesmo setor da Empaer, como o Instituto Nacional de Defesa Agropecuária (Indea). Pela proposta do Sinterp, técnicos de nível superior da autarquia teriam o salário inicial reajustado de R$ 2,6 mil para R$ 3,8 mil.

Comparado ao reajuste salarial sofrido pelo Indea este ano, a defasagem da Empaer em algumas categorias é de 50% a 60%.

A respeito de negociações, o Sinterp tem buscado, por meio do secretário da Sedraf, José Domingos (DEM), negociações com o governador Silval Barbosa (PMDB).

Domingos, inclusive, vem apoiando a categoria e chegou a afirmar que "chutaria o balde", caso não conseguisse solucionar o impasse, em alusão a uma possível saída da pasta.

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