Os 1,9 mil profissionais da saúde que atuam em Cuiabá ameaçam entrar em greve geral a partir de segunda-feira (30) se o governador Silval Barbosa (PMDB) não recebê-los na segunda-feira (30) para discutir a viabilidade da construção de um Hospital Regional em Cuiabá com capacidade de, no mínimo, mil leitos.
No entanto, por intermédio do líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado estadual Romoaldo Júnior (PMDB) e do deputado Emanuel Pinheiro (PR), a reunião está programada para ocorrer às 10h do mesmo dia.
Conforme o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindmed), Ednaldo Lemos, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estipula a existência de um leito para cada mil habitantes e, no contexto atual, Cuiabá está com a estrutura defasada.
"O Pronto Socorro de Cuiabá foi construído em 1980 quando havia 250 mil habitantes e foram ofertados 250 leitos. Agora, a população de Cuiabá e Várzea Grande somadas chega a quase 1 milhão. Então, precisamos de 1 mil leitos para corrigir essa deficiência".
Um dos argumentos sustentados para a ameaça de greve geral é que a realização da audiência no Palácio Paiaguás vem sendo adiada desde julho do ano passado.
O sindicalista ainda sustenta que, por conta dos investimentos programados para a Copa do Mundo de 2014, o Estado ficará impedido de contrair investimentos pelos próximos 20 anos. Por isso, defende que a saúde pública seja inserida no contexto das obras.
"Não dá para falar na Cuiabá do futuro só pensando em mobilidade urbana. O crescimento populacional também exige melhor estrutura da saúde pública para atendermos a demanda e atingirmos bons níveis de qualidade de vida. O momento para investir nisso também é agora".
Prejuízos
Uma eventual paralisação prejudicaria ainda mais a saúde pública de Cuiabá que enfrenta uma grave crise em decorrência da precariedade na estrutura de atendimento.
Isso porque a paralisação dos serviços atingiria o Pronto Socorro, Policlínicas, Postos de Saúde e unidades do Programa Saúde da Família. Apesar disso, o sindicalista Ednaldo Lemos não observa responsabilidade da categoria pela situação da saúde pública de Mato Grosso.
"Os profissionais da saúde não podem ser culpados pela crise da saúde em nosso Estado. Pelo contrário, sempre alertamos as autoridades a respeito da defasagem dos leitos e precariedade da estrutura", argumentou o sindicalista.
Por outro lado, o presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Dejamir Soares, classificou de positiva a movimentação da classe política e está confiante em obter um resultado positivo.
"A Agecopa criou a Comissão Temática da Saúde e o presidente da Assembleia Legislativa está dialogando com a Casa Civil e os deputados Romoaldo Junior e Emanuel Pinheiro para apresentarmos oficialmente nossa proposta ao Estado. Pelas palavras empenhadas, esperamos um resultado positivo", resumiu Soares.