Consciente de que "não pode mais errar" e determinado a superar o desgaste e a imagem negativa, consequência do envolvimento do seu nome nos esquemas do mensalão e do sanguessuga, o deputado federal licenciado e secretário estadual de Saúde Pedro Henry (PP) decidiu mesmo ir para o enfrentamento. Ele prometeu e cumpriu a promessa de exonerar médicos que, por uma ou outra razão, não estavam comparecendo regularmente para trabalhar. Um deles é Afrânio de Araújo, marido da ex-deputada petista Vera Araújo, hoje secretária-adjunta de Justiça e Direitos Humanos.
Numa "canetada", o novo secretário mandou sete para a rua. Foram exonerados, além de Afrânio, os reguladores do SUS Rafael Fitipaldi, Lisbeth Campolin, Maurício de Almeida, Felipe Bastos de Lima, Eduardo Antônio Cardoso e Rodrigo Francisco Pintel Cruz. Uma das maiores reclamações recebidas por Henry é quanto à falta de médicos. Ele promete seguir numa linha dura, a exemplo do que adotou o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Luiz Soares, que passou a fiscalizar sistematicamente os médicos plantonistas, que se revidaram e se tornaram opositores ao então prefeito Wilson Santos.
Pedro Henry declarou ao RDTV que o Estado gasta mal. Isso foi o bastante para os conselheiros do Tribunal de Contas convocá-lo para explicar melhor. Num primeiro momento, o secretário fomentou o conflito porque está sucedendo na Saúde pessoas que fazendo parte da gestão Blairo Maggi. O deputado licenciado conduz um orçamento de R$ 925,1 milhões, 23,7% maior se comparado ao de 2010, e, por enquanto, por mais que use a estrutura politicamente, demonstra vontade de superar gargalhos e amenizar o drama de pacientes do SUS que sofrem com falta de leitos, de UTIs, de médicos, de equipamentos e até remédios.
