Uma pesquisa da SBOT (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia) constatou que 25% dos idosos que sofrem fratura do fêmur morrem em menos de um ano após a fratura. A pesquisa foi feita no Hospital Governador Israel Pinheiro, em Belo Horizonte, iniciada com 190 pacientes, principalmente funcionários públicos aposentados.
A pesquisa realizada pelo professor Marco Antonio Castro Veado, da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, com o ortopedista Ulisses Cunha, acompanhou 153 pacientes. 38 morreram em menos de um ano após a cirurgia, 13,7% ficaram totalmente dependentes depois de operados, e outros 19,6% ficaram parcialmente dependentes.
Ao todo, 33 participantes foram excluídos da pesquisa por terem perdido contato com os pesquisadores ao longo do estudo e outros quatro morreram logo após a cirurgia.
Segundo Marco Antonio, a pesquisa mostra que a grande maioria dos pacientes sofre a fratura em casa, no trajeto entre o quarto e o banheiro durante a noite.
– Caem ao perderem o equilíbrio por estarem de meia, que escorrega no piso, por causa de tapetes que deslizam e por ausência de “vaga-lume”, a lâmpada junto ao rodapé, que ilumina o piso junto à cama.
Além dessas causas comprovadas, o ortopedista verificou que uma grande porcentagem dos fraturados (80%), fazia uso de um ou mais remédios, como anti-hipertensivos, que podem causar alguma tontura e facilitar a queda.
Cirurgia e musculação são o caminho
Para reduzir os efeitos da fratura, os pesquisadores recomendam a cirurgia precoce, o mais cedo possível após o acidente, para evitar que o idoso chegue na sala de operação mais enfraquecido.
O presidente da SBOT, Osvandré Lech, recomenda também a musculação como forma de evitar fraturas como essa e mesmo depois da cirurgia.
De acordo com o ortopedista, o ideal é que o idoso seja orientado não só a exercitar-se caminhando, mas principalmente que faça musculação, levantando pesos para reforçar a musculatura dos membros, de acordo com sua capacidade, e tome sol.
A pesquisa mostrou ainda que, em muitos casos, após a fratura de um fêmur, pouco depois há fratura do outro, o que significa ou que não foi administrada a medicação para reforçar os ossos ou não foi seguido um programa de fortalecimento muscular adequado.