O deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) criticou a forma com que o
governador Pedro Taques (PSDB) está negociando o pagamento da Revisão Geral
Anual (RGA) com os servidores públicos do Estado.
Na avaliação de Bezerra, o governador adotou uma posição “arrogante” e
não estaria dialogando adequadamente com o funcionalismo, que deflagrou um
movimento grevista por tempo indeterminado, na manhã desta terça-feira (31).
“Numa situação dessa, você tem que dialogar, você tem que conversar.
Quem sai na chuva é pra se molhar. Se você está na vida pública, você tem que
ter paciência, tem que conversar muito para resolver as coisas. No tranco você
não resolve nada”, disse Bezerra.
“Tem um ditado popular que diz: ‘bronca é ferramenta de otário’. Você
tem que resolver na conversa, de forma democrática”, completou.
Ainda conforme o deputado, que já foi governador de Mato Grosso
(1987-1990), Taques poderá tem sérios problemas em sua gestão caso não chegue a
um acordo com as categorias.
Segundo ele, o governador precisa ceder, sob pena de ter todo o
funcionalismo público “trabalhando contra” seu Governo.
“Se ele não ceder, não conversar, não buscar o entendimento, vai ter o
funcionalismo todo contra ele. O Estado já está funcionando mal e vai ficar
ainda pior. A produção do Estado está horrível, certos órgãos não estão
funcionando. A Sema, por exemplo, eu só vejo reclamação em todo canto que vou.
Projetos grandes esperando uma licença da Sema, projetos pequenos, projetos de
todo porte e não consegue andar”, disse.
“Tem que contornar essa situação. Já pensou se ele tiver todo o
funcionalismo contra ele? Vão parar a máquina, vão trabalhar com má vontade,
pois estarão insatisfeitos”, afirmou o deputado.
Finanças
Bezerra ainda colocou em xeque as declarações dadas pelo Governo dando
conta de que o Executivo não dispõe de recursos, neste momento, para quitar a
RGA dos servidores.
O secretário de Estado de Gestão, Julio Modesto chegou a apresentar ao
Fórum Sindical – entidade que reúne servidores públicos – a opção de efetuar o
pagamento em duas parcelas, sendo 2% no mês de setembro e 3% em janeiro do
próximo ano, de forma não retroativa.
“A receita do Estado está crescendo, o governador diz que não rouba, diz
que é um Governo honesto, então, pra onde está indo esse dinheiro?”,
questionou.
“Ele que diz que não é ladrão, a receita está crescendo e não tem como
pagar. Isso está esquisito, é um negócio que precisa ser explicado”, pontuou
Bezerra.