Um estudo divulgado, nesta semana, pelo Sindicato dos Bancários de Mato Grosso revela que o Banco Bradesco, embora tenha registrado o segundo maior lucro do país e apresentado um crescimento de 28,5% no primeiro trimestre de 2011, "não trata seus funcionários como uma prioridade em Mato Grosso".
A instituição terá de pagar mais de R$ 300 mil só em indenizações, o que a coloca na liderança de ações na Justiça do Trabalho.
Entre as condenações, estão a de transporte irregular de dinheiro, ações coletivas por danos morais e pressão para que cursos sejam realizados, em benefício do banco, nas horas livres dos trabalhadores.
De acordo com o estudo do sindicato, em uma ação coletiva movida pelo Ministério Público do Trabalho, por exemplo, o Bradesco em Mato Grosso está proibido de submeter seus empregados a mais de duas horas extras por dia. O entendimento judicial foi o de que o empregado que realiza mais de duas horas extras coloca em risco sua saúde e a convivência social e familiar.
"Há um grande número de reclamações dos bancários que, habitualmente, realizam mais de duas horas extras por dia. Agora, caso o Bradesco continue a exigir a realização de mais de duas horas extras, é necessário que seja novamente denunciado o descumprimento da ordem judicial ao Sindicato", disse o presidente do Sindicado dos Bancários, Eduardo Alencar.
Outro caso de destaque foi uma condenação do Bradesco pela Justiça do Trabalho de Mato Grosso, em função do transporte de valores, que estava sendo realizado de forma irregular.
Conforme o sindicato, os bancários transportavam dinheiro do banco sem nenhuma segurança e se arriscavam a cada transporte. Com a representação da assessoria jurídica do Sindicato, dois bancários ganharam na Justiça indenização por dano moral. Uma bancária, de Paranatinga (373 km ao Sul de Cuiabá), receberá R$ 100 mil; e um bancário de Juína (735 km a Noroeste da Capital) receberá R$ 150 mil.
Outro lado
O direção do Bradesco em Cuiabá foi procurada pela reportagem para comentar a denúncia do sindicato, porém informou, por meio da assessoria, que "o assunto está sub-júdice e o banco não comenta".