"Não há crise na Agecopa". Foi assim que o presidente da agência, Eder Moraes, encerrou o episódio que culminou em um desentendimento entre ele e o diretor de Infra-Estrutura Carlos Brito. Ambos discutiram, no final da semana passada, por conta de atritos relacionados à condução do órgão.
"Tenho um estilo próprio e não vou abrir mão de exercer na totalidade minhas prerrogativas de presidente. Recebi uma missão crucial do governador Silval Barbosa e não vou decepcioná-lo, tampouco à sociedade, que quer ver a Copa do Pantanal acontecer em sua totalidade", afirmou Moraes.
Segundo ele, antes de assumir a presidência, o ritmo dos encaminhamentos na agência era outro. "Temos mais de 250 obras sob a nossa responsabilidade. O ritmo está alucinante e, por isso, é natural que existam algumas resistências internas que geram discussão", disse.
Apesar de admitir o atrito com Brito, Eder Moraes ressaltou que a rusga já está superada. "Em nenhum momento vou deixar que isso contamine a diretoria e prejudique o nosso cronograma. Internamente, teremos discussões acirradas mesmo, elevaremos o tom da conversa, mas tudo em função das obras que a sociedade quer ver", afirmou.
O presidente prevê que mais "curtos-circuitos" ocorram daqui para frente. "Estamos dando um choque de gestão e, por isso, é natural que os embates aconteçam. O clima pode ficar acirrado mas, isso, leva ao debate e à busca da convergência", disse.
"As discussões são e serão naturais da porta pra dentro da Agecopa. Lá fora, vamos manter a civilidade, a amizade e a cordialidade. Estou valorizando o diretor Carlos Brito, que tem competência para desempenhar o seu papel", afirmou Moraes, ressaltando que transferiu para Brito processos e obras que estavam sob responsabilidade dos diretores Yenes Magalhães e Yuri Bastos Jorge.
Eder Moraes disse também que não irá tolerar discussões e questões políticas na Agecopa. "Esse não é o nosso foco. Se eu perceber algum viés nesse sentido, vou patrolar mesmo", afirmou.
Entenda o caso
A discussão entre Eder e Brito aconteceu porque este último, pela segunda vez, quebrou o protocolo em uma solenidade pública e fez uso da palavra para corrigir, ou contradizer, Moraes. Em audiência com a associação de moradores do Coxipó, na última quarta-feira (11), estava previsto fazer uso da palavra apenas o governador Silval Barbosa (PMDB) e Eder Moraes.
Brito, que é ex-deputado, não quis perder a oportunidade de aparecer, sobretudo ao público presente, que faz parte da sua base eleitoral – ele é do Parque Cuiabá. Os outros diretores e o presidente da agência não gostaram e criou-se o clima ruim. A rusga, então, foi terminar numa conversa ríspida entre ambos.
Para evitar divergências nos posicionamentos da Agecopa, logo quando entrou Eder baixou uma portaria estabelecendo que apenas o presidente da agência se posicionaria perante a sociedade sobre assuntos relacionados à Copa do Pantanal. Apesar de todos os diretores concordarem, Brito quebrou a regra por duas vezes.