O Ministério do Meio Ambiente determinou reforço nas fiscalizações para conter o avanço do desmatamento em Mato Grosso. Nos últimos 9 meses, houve um crescimento de 43% na área de florestas derrubadas. Em abril, o Estado foi o líder de desmate.
A constatação foi feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e também nas fiscalizações realizadas pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema) e pode resultar em sanções ao Estado. Entre agosto de 2009 e abril de 2010, o instituto detectou 592 quilômetros quadrados de floresta derrubada. Já entre agosto de 2010 e abril de 2011, o sistema dimensionou 730 quilômetros quadrados de novos desmates.
Os números foram apresentados pelo engenheiro do Inpe, Luiz Eduardo Maurano, durante uma reunião com Ministério do Meio Ambiente, Sema e Ibama para definir estratégias de enfrentamento. "O satélite conseguiu captar boas imagens porque as nuvens abriram em abril. Com isso constatamos esta área de novos desmates em áreas da floresta amazônica".
O avanço na devastação já foi confirmado pelas equipes de fiscalização em campo. O superintendente do Ibama em Mato Grosso, Ramiro Martins-Costa, diz que os fiscais se depararam com um novo padrão de desmate, que não era visto há mais de 5 anos. Proprietários utilizam tratores e correntões para derrubar grandes áreas de floresta. Algumas das vistoriadas chegaram a atingir 1,8 mil hectares.
Para o diretor de Políticas de Combate ao Desmatamento do MMA, Mauro Pires, a prática é uma antecipação de donos de grandes áreas à aprovação do novo Código Florestal Brasileiro. "Eles pensam que poderão se beneficiar com uma possível anistia ou terem moratória para não desmatar mais nos próximos anos".
Segundo Pires, as ações fiscalizatórias serão intensificadas e grandes operações não estão descartadas. "A conscientização realizada com os produtores não está resolvendo, então vamos definir outras estratégias". A operação "Arco Verde", que começou em 2008, será retomada em 19 municípios mato-grossenses, onde são registrados os maiores índices de desmatamentos.