Zé do Pátio, de Rondonópolis, é um dos 45 prefeitos que devem aderir ao PSD. Ele já avançou nas negociações de bastidores com o presidente da Assembleia, deputado José Riva, que será a principal estrela na nova legenda no Estado. Oficialmente, o Partido Social Democrático não foi instituído. Depende da apresentação à Justiça Eleitoral de ao menos 500 mil assinaturas. O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab pretende documentar essas assinaturas no TSE em julho. Desse modo, a tendência é que em agosto o PSD esteja ressuscitado, já que existia e foi extinta na época do regime militar.
Enquanto isso, lideranças de vários partidos "namoram" a nova legenda. Pátio vê no PSD um refúgio para evitar tantos confrontos internos, como os que está enfrentando no PMDB e, de quebra, ainda salvará o mandato porque, ao optar por novo partido, não fere a lei pró-fidelidade.
Ele convive com divergências com o governador Silval Barbosa e está distanciado do cacique do partido, deputado Carlos Bezerra. Como enfrenta desgaste político e está com a popularidade em baixa, muitos peemedebistas se afastaram do prefeito. Mesmo assim, Pátio está determinado a buscar a reeleição e já tem respaldo de Riva para ser o nome do novo partido na disputa eleitoral.
A provável desfiliação de Pátio deve provocar reviravolta e motivar novas candidaturas à sucessão no terceiro maior município mato-grossense. É provável que o PMDB entre na disputa com a ex-deputada Teté Bezerra, secretária estadual de Desenvolvimento do Turismo. A estratégia de Pátio seria a de manter sob sigilo a articulação sobre o seu futuro partidário. Ele tem Riva hoje como espécie de conselheiro. A relação política entre os dois é tão próxima que o deputado indicou nomes para a equipe do peemedebista. A companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), que cuida dos serviços de limpeza urbana, está sob Darci Lovato, antigo assessor de Riva.
Deputado de quarto mandato, Riva, que está deixando o PP para fundar no Estado o PSD, já incluiu Pátio na lista de futuros filiados. Há outros 44 prefeitos prontos para aderir ao novo partido. Eles estão hoje em várias legendas, como PR, DEM, PP, PMDB e PTB.