A polêmica em relação ao uso do sistema de asas traseiras móveis no Grande Prêmio de Mônaco, disputado em circuito de rua, ganhou mais um capítulo nesta terça-feira (10). O brasileiro Rubens Barrichello disparou contra a decisão da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em liberar o uso do dispositivo, que contribui para a aceleração.
Barrichello, que é presidente da Associação de Pilotos de GP, disse, em entrevista ao site da revista inglesa Autosport, que a decisão não leva em consideração a segurança dos competidores.
– Eu acho que é errado. Adoraria ver as pessoas de cargos 'top' sentarem em um carro e tentarem fazer o túnel com a asa móvel aberta.
O dispositivo foi liberado na manhã desta segunda (9), podendo ser usado durante o túnel do circuito de Monte Carlo. Sam Michael, diretor técnico da Williams, afirmou logo depois que a decisão foi tomada sem um acordo entre todas as equipes, visto que, enquanto alguns pilotos frisavam a segurança de todos, algumas escuderias reclamaram da possível falta da asa. Segundo elas, novas peças traseiras teriam que ser desenvolvidas apenas para o circuito.
O piloto brasileiro, que está em sua 19ª temporada na Fórmula 1, ressaltou o tempo de sua carreira para opinar sobre a decisão da FIA.
– Nós vamos tentar usá-la lá. Mas posso ver uma corrida cheia de safety-cars. Se eles puderem nos ouvir: eu acho que Mônaco é o que é. Não é um território de ultrapassagens. Eles acham que podem criar ultrapassagens com a asa móvel? Eles devem poder, mas isso pode machucar alguém. E isso é a voz da experiência.
O Grande Prêmio de Mônaco será realizado no dia 29 de maio, uma semana depois da corrida de Barcelona, na Espanha, a próxima do calendário.