A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (HPSMC) deverá ser interditada, no prazo máximo de 72 horas, contadas a partir de ontem (6), devido problemas estruturais. O prazo foi dado pela Prefeitura da Capital, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Em comunicado à imprensa, a pasta informou que os pacientes serão encaminhados à hospitais recém-contratados. Não foi especificado nenhum local. Segundo a pasta, as medidas foram informadas ao Ministério Público Estadual (MPE).
A estimativa de duração da reforma é de 120 dias, que serão contados a partir da aprovação do projeto executivo da obra.
o presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Mato Grosso (Sindimed – MT), Edinaldo Lemos, afirmou que a medida certamente foi tomada devido à pressão da categoria. Ontem (6), o Sindicato encaminhou duas denúncias do descaso da gestão ao pública ao Ministério Público.
"Com certeza já é um resultado positivo da nossa denúncia. Na semana passada tivemos uma reunião com o secretário municipal de Saúde, Antônio Pires, que havia afirmado que as reformas poderiam ocorrer só após 90 dias", disse.
Apesar da comemoração, Lemos ponderou que a reforma da parte pediátrica e da UTI Neonatal do Pronto Socorro é apenas um ponto, dos diversos que a unidade precisa melhorar. Entre as denúncias apresentadas pela categoria ao Ministério Público, por exemplo, estão vídeos mostrando as condições insalubres que pacientes e profissionais da Saúde são obrigados a conviver.
As imagens foram divulgadas nesta semana pela mídia e mostram cenas de corredores alagados, água de esgoto voltando nas pias e paredes em péssimas condições. Em um dos vídeos, é apresentada a situação da UTI Neonatal, que apenas com uma chuva teve as paredes transformadas em "cachoeiras" e a mesa que prepara medicamentos alagada.
"De forma geral o Pronto Socorro está apresentando problemas. Na próxima terça-feira (10) faremos uma audiência pública com o Conselho Regional de Medicina e iremos pedir a interdição ética de toda a unidade,porque não há condições mínimas para trabalharmos", disse.
Ainda que considerada "drástica", o presidente do Sindicato reforçou que a medida é necessária, haja vista as possibilidades que foram dadas ao município ao longo dos anos de interferir no Pronto Socorro de forma contundente.
"A situação é de calamidade em todos os setores, todos precisam ser resolvidos. Têm pacientes sendo atendidos no chão, precisamos de medidas urgentes. No final da greve de 2009, ficou definido pela Prefeitura que condições mínimas de trabalho nos seriam dadas, mas desde então elas só pioraram", avaliou.