O governador Silval Barbosa deveria assinar nesta quarta à tarde o ato que nomeia Eder de Moraes na presidência da Agecopa, autarquia responsável pelos projetos preparativos de Cuiabá para sediar a Copa do Mundo de 2014. O blog apurou com exclusividade que o decreto deve ser publicado no Diário Oficial entre esta quinta e sexta. Após superar o desgaste do ano passado por conta do escândalo do maquinário, que levou o governador a exonerar dois secretários (Vilceu Marchetti, da Infraestrutura; e Geraldo de Vitto, na Administração), Eder reconquistou espaço e se torna agora o supersecretário da gestão peemedebista. Vai acumular o comando da Casa Civil e da Agecopa.
Eder tenta mesclar perfis técnico e político. Começou na vida pública no governo Blairo Maggi, em 2003, como diretor-presidente da Agência de Fomento. Depois foi para a secretaria de Fazenda e, de lá, remanejado para a Casa Civil. Ganhou a confiança de Silval, embora enfrente conspiração de alguns líderes do PMDB, por se apresentar como principal porta-voz e defensor da administração.
Para promover a mudança e ter Eder em dois cargos, sendo um deles em autarquia, o Palácio Paiaguás vai encaminhar um projeto de lei para a Assembleia. Eder será sabatinado pelos deputados. A Procuradoria-Geral do Estado orientou o governador quanto à legalidade do secretário seguir na Casa Civil e, ao mesmo tempo, se dedicar à presidência da Agecopa. Eder pretende se dedicar meio período em cada função. Em longa conversa com Silval acerca da autarquia, Eder foi orientado a agir firme nas decisões, mas sem atropelo e com cautela para não provocar conflitos com os demais diretores. Citou o exemplo da confusão da época em que Adilton Sachetti era presidente. As divergências aumentaram e não restou a Sachetti outra alternativa senão pedir exoneração do cargo.
Respondem também pela Agecopa os diretores Roberto França (Comunicação e Marketing), Yuri Bastos Jorge (Assuntos Estratégicos), Agripino Bonilha (Articulação Interinstitucional), Jefferson de Castro (Orçamento e Finanças) e Carlos Brito (Infraestrutura). Caberá a Eder destravar os projetos de mobilidade urbana e construir unidade entre todos da diretoria e manter canal direto com governador, que, com a mudança na forma de gestão de colegiada para presidencialista, passou a ter autonomia plena sobre a Agecopa.
Silval avaliou alguns nomes como alternativas para dirigir a autarquia, entre eles do ex-secretário executivo do Ministério das Cidades, Rodrigo Figueiredo, e do ex-secretário-chefe da Casa Civil Eumar Novacki. Pressionado por um grupo de deputados para tomar logo uma decisão sobre o cargo de presidente, o governador bateu o martelo quanto ao nome de Eder.
Planejamento
No mesmo instante em que Silval fazia a escolha em seu gabinete, o presidente interino Yênes apresentava alguns projetos aos senadores, em Brasília. Yênes assegurou que o planejamento estratégico da Agecopa envolve 28 programas específicos. Garantiu que vem cumprindo todos os prazos definidos pela FIFA e as ações previstas estão dentro do cronograma, embora muitos questionem a morosidade dos projetos. Segundo o presidente, as principais intervenções de mobilidade urbana, como viadutos, trincheiras e alargamentos de pistas, estão em fase de licitação pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e as propostas serão abertas em 10 de maio.