Final de um treino do São Paulo, e Rogério Ceni cumpre a rotina de praticar cobranças de pênaltis. A vítima é um dos goleiros reservas do clube. O capitão são-paulino bate cinco penalidades e converte todas.
Na base da brincadeira, Ceni reclama da falta de empenho do colega para defender os chutes e propõe um “incentivo”: cinquenta reais para o arqueiro impedir o gol.
Desafio aceito. Na primeira chance, Rogério bate firme, no canto, sem nenhuma chance para o sparring.
O goleiro do São Paulo propõe então dobrar a aposta. Se não converter a cobrança, o reserva fica com R$ 100. Novamente, Ceni bate – agora no outro canto – com precisão, perfeita, fora do alcance do reserva.
A aposta sobe então para duzentas “pratas”. O reserva se ajeita embaixo da trave, se concentra, e acerta o canto. Chega a encostar na bola, mas não evita o gol.
Rogério anuncia, então, que a seguinte seria a última cobrança. Tudo ou nada para o reserva. A premiação chegara a R$ 300.
Uma pequena plateia assiste, curiosa, o desafio dos goleiros. A concentração de ambos é grande. Ceni parte para a bola, olha fixo para um dos cantos e, na hora do chute, faz a “paradinha”. O reserva salta com vontade para um dos lados e assiste à bola entrar, vagarosamente, no meio do gol.
Fim de mais um treino do São Paulo e uma constatação: Rogério Ceni sabe como transformar um simples treino em um espetáculo.