Médicos credenciados aos planos de saúde de Mato Grosso vão aderir à paralisação nacional marcada para a próxima quinta-feira (7), em protesto às políticas de gestão das operadoras.
Em todo Estado, cerca de dois mil profissionais devem cruzar os braços. A adesão ao movimento foi confirmada ,nesta segunda-feira (4), pelo presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Arlan de Azevedo.
Segundo Azevedo, existem três pontos que estão sendo questionados pela categoria. O primeiro trata da limitação da atividade médica proposta pelos planos de saúde, onde o profissional tem um limite de pedidos de exames e, caso ultrapasse, acaba sendo descredenciado de forma unilateral.
Outra reivindicação é por reajustes nos valores repassados, tanto de consultas, quanto de procedimentos com base na Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) 2010. "O reajuste ao cliente não é repassado, os valores pagos estão defasados", afirmou Azevedo.
A defasagem nos preços pagos aos médicos tem resultado ainda no afastamento de especialistas dos planos de saúde. "Muitos especialistas da área de endocrinologia, por exemplo, tem-se afastado dos convênios e o cidadão que paga o plano está ficando sem oferta de profissional", destacou o médico.
A paralisação visa a chamar atenção da sociedade e da Agência Nacional de Saúde (ANS), que, para categoria tem sido insuficiente, na regulação do diálogo entre os planos e os prestadores.
Os pacientes previamente agendados para a data da paralisação serão atendidos em nova data. O atendimento será limitado aos casos de urgência e emergência.
O movimento é referendado pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pelo conjunto das sociedades de especialidades médicas.