Com os bens bloqueados, Orione só deixa a FMF se alguém pagar dívidas Fernando Ordakowski

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 O cartola Carlos Orione, "eterno" presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol, encontrou uma forma de barrar a investida desenfreada do executivo Eder de Moraes, secretário-chefe da Casa Civil do governo Silval Barbosa.

   Em reunião na semana passada, Orione condicionou a renúncia do cargo que ocupa há 34 anos ao pagamento de uma dívida superior a R$ 1 milhão que FMF acumula, principalmente com a Previdência e por causa do patrimônio do estádio Eurico Gaspar Dutra, o Dutrinha, em Cuiabá. Por causa dessas pendências, todos os bens em nome de Orione estão bloqueados. São dívidas que vêm desde a fundação da Federação, em 1960.

   Em princípio, o presidente da FMF pediu 160 dias para deixar o posto. Esse prazo vence no próximo mês. Afoito, Eder o chamou para uma nova reunião. Orione voltou a reforçar a condição. Disse que não poderia deixar o cargo sem ver sua situação financeira resolvida.

    Caso ambos não cheguem a um acordo, há uma outra expectativa para saída de Orione da Federação. É que ele recebeu sinalização do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de quem é amigo pessoal, para ser o representante da entidade em Cuiabá, que será uma das 12 sedes da Copa do Mundo de 2014.

     Se o cartola renunciar ao mandato, assume o vice João Carlos que, em comum acordo com Eder, faria trabalho de construção de chapa de consenso, tudo para abrir espaço ao porta-voz do governo estadual. O problema é que Eder não teve experiência bem sucedida como dirigente esportivo. Ele assumiu a presidência da Associação dos Amantes do Futebol e Amigos do Mixto, fez contratação de jogadores "de peso" e apostava que o time fosse subir da Série C para a B do campeonato brasileiro. O efeito foi o contrário, pois o Mixto caiu para a D.

   Orione é responsabilizado pela decadência do futebol mato-grossense. Mesmo assim, ele não deixa o comando da Federação, a qual preside desde 1977. A cada eleição, consegue manobrar de tal forma que obtém apoio da maioria dos clubes e das ligas municipais que têm direito a voto. Para a temporada deste ano, Orione vai controlar R$ 1,5 milhão que o Estado repassará aos clubes. Do campeonato estadual participam 12 equipes.

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