O governador Silval Barbosa (PMDB) e a cúpula do DEM chegaram a um denominador comum sobre a aliança com os democratas, sob a liderança do senador Jayme Campos.
Depois de uma longa conversa, no final da tarde desta segunda-feira (14), a cúpula da sigla aceitou compor com o Governo e, em troca, ganha o direito de indicar o titular da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar.
Pelo acordo, fechado durante encontro no gabinete de Silval, o deputado estadual José Domingos Fraga (DEM) vai assumir a pasta no próximo dia 25. Ao contrário do que exigiam os democratas, Fraga não poderá promover nenhuma alteração nos órgãos vinculados à secretaria, como Intermat, Indea e Empaer.
O governador Silval Barbosa disse, ao final do encontro, que o acordo com o DEM não passa pelas eleições de 2012 (para prefeitos) e de 2014 (majoritárias). "Não houve entendimento em cima de cargos, mas sim de uma proposta em benefício de Mato Grosso".
Quanto a questão financeira da pasta, Silval adiantou que José Domingos Fraga terá autonomia, como qualquer outro secretário tem. Ele ainda negou que o DEM teria cobrado as indicações de todos os cargos da pasta.
Na questão política, o governador destacou que conversou com a base aliada nas eleições e ainda com a cúpula regional do seu partido. "Política se faz com grupo e acredito que os deputados do DEM, tanto estadual como federal, ainda o senador Jaime irão nos ajudar", destacou.
A respeito da inclusão de mais um partido na gestão, o que aumentaria os aliados e diminuiria os espaços na gestão, Silval afirmou que não faz essa leitura do quadro político. "Não vejo dessa forma, para mim isso é bom para o Estado e demonstra a nossa unidade", destacou Silval.
Nas eleições de 2010, o DEM fez oposição ao Governo, ao se aliar ao PSDB, que lançou o ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, ao Palácio Paiaguás.
Lembranças
Jayme Campos voltou a relembrar que o partido não foi valorizado na gestão passado do ex-governador Blairo Maggi (PR), ao destacar que agora o DEM recebe um tratamento digno, mesmo estando nas eleições em palanques opostos.
Questionado quanto ao fato de estarem novamente junto ao PR, Jayme Campos afirmou que não estarão junto ao PR e sim ao PMDB. "Não estamos no mesmo barco, estamos discutindo a questão administrativamente, politicamente e eleitoralmente é outro departamento", disparou Jayme.
Oportunismo
Indagado se o DEM não teme que essa junção com o PMDB possa ter uma leitura prejudicial ao partido, como exemplo de uma legenda "fisiológica" e "oportunista", Jaime Campos declarou: "Não sou capaz de mensurar isso para você; não tenho instrumento para aferir se vai ser bom ou vai ser ruim".
O senador tenta remediar a situação, afirmando que independente de cargos, o DEM dará apoio a gestão Silval Barbosa. "Diante do convite que Silval nos fez estamos aqui, agora não há empecilho para que amanhã ou depois, partidariamente falando, de acontecer uma mudança, isso é saudável e democrata", disse.