Médicos seguem em greve por tempo indeterminado

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Médicos que atuam nos quatro hospitais regionais do Estado, localizados nos municípios de Colíder, Rondonópolis, Sorriso e Cáceres, permanecem em greve por tempo indeterminado. A informação é do presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed), Edinaldo Lemos. No total, 500 profissionais estão de braços cruzados.

A paralisação é um protesto contra o novo modelo de gestão da administração dos hospitais, que será implantado pelo Governo do Estado nos próximos meses. Os serviços passarão a ser executados por organizações sociais. A mudança foi aprovada pela Assembleia Legislativa e aguarda sanção do governador Silval Barbosa (PMDB).

A categoria paralisou as atividades ontem (10) e o movimento atinge aproximadamente dois mil pacientes ao dia. Segundo Lemos, os atendimentos de urgência e emergência estão sendo mantidos em 100%; os ambulatoriais, em 30%. Os demais serviços estão parados.

O presidente do Sindimed explicou que, desde outubro do ano passado, a categoria busca um acordo com o Governo, para realização de concurso público, melhores condições de trabalho, revisão e implantação do Plano de Cargos, Carreira e Vencimentos (PCCV), além da regulamentação da lei dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

Segundo Lemos, com o anúncio da contratação de Organizações Sociais para gerir o sistema no Interior do Estado, a pauta de negociações ficou inviabilizada. Ele destacou que o Sindimed busca, com outras entidades, medidas para solucionar o problema na Saúde Pública.

"As OS não agregam o concurso público, o plano de carreira e nem têm fiscalização externa. Dessa forma, entendemos que a categoria ficará prejudicada. Aguardamos uma audiência com o governador, para que possamos debater alternativas, para revolver os problemas", afirmou o sindicalista.

Discussão no STF

Ainda de acordo com Lemos, a terceirização dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) está em discussão no Supremo Tribunal Federal, após a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin). Sendo assim, o sindicalista entende que não pode se falar que a contratação seja constitucional.

Outro lado

O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que o novo modelo de gestão dos hospitais regionais será implantado, independentemente da greve deflagrada pelos médicos. A declaração foi dada após a assinatura de um convênio firmando entre o Governo e o Hospital do Câncer, na quinta-feira (10).

Para o secretário de Estado de Saúde, Pedro Henry, o movimento grevista é "imoral" para com a sociedade. Ele disse entender que o sistema de Saúde está falido e precisa ser revisto.

Além disso, destacou que não cabe ao Sindimed ou aos servidores da Saúde discutir o modelo de gestão das unidades hospitalares do Estado.

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