País tenta sair de uma crise e cai em outra
As eleições parlamentares do dia 13 de junho do ano passado era, a princípio, para ajudar a Bélgica a sair de uma crise institucional com renúncia do então primeiro-ministro, Yves Leterme.
Estavam em disputa 40 assentos no Senado e 150 na Câmara dos Deputados, sendo que a maioria foi conquistada pelos separatistas flamengos.
Na Bélgica, após a eleição do Parlamento, cabe ao rei, atualmente Albert 2º, apontar o novo primeiro-ministro. O escolhido para o posto normalmente é o líder de uma coalizão, já que no país dificilmente um partido obtém maioria absoluta.
Divididos por ideais e planos de governo diferentes, a esperada coalizão ainda não se formou.
Bélgica tem divisão cultural histórica
O impasse político na atual sede da União Europeia reflete a divisão histórica que existe entre os flamengos, população de língua holandesa do norte (Flandres), com os valões da região sul (Valônia), que falam francês.
Os falantes de holandês – que representam 60 % dos 11 milhões de habitantes da Bélgica – querem mais autonomia para sua rica região, principalmente na política fiscal e social.
Já os falantes de francês, de uma região mais pobre, querem limitar a descentralização, temendo a perda de vários subsídios e também um verdadeiro desmembramento do país.
Existe ainda uma pequena comunidade de língua alemã no leste da Valônia, mas sem grande representação política.