Nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, que serão disputados entre 14 e 30 de outubro, o Brasil terá chance de já classificar em torno de cem atletas para a Olimpíada de Londres-2012. E é esse o objetivo do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), segundo Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de Esportes.
– Queremos já montar uma escada para 2012. E sabemos que a briga será muito dura. É preciso deixar claro que não existe possibilidade – nenhuma – de batermos o número de medalhas que tivemos no Pan do Rio-2007, o melhor resultado do nosso esporte. Historicamente, comeptir em casa resultado no melhor resultado do país.
Em São Domingos-2003, foram 123 medalhas do Brasil, sendo 29 de ouro; no Pan do Rio-2007, 157 no total, com 52 de ouro.
Na luta por vaga olímpica
Não são todos os esportes dos Jogos Pan-Americanos que valem vaga para a Olimpíada seguinte – os critérios de classificação olímpica variam de acordo com as Federações Esportivas Internacionais.
De acordo com o COB, classificam-se para Londres-2012 campeões de 15 modalidades: triatlo, handebol, saltos ornamentais, hóquei sobre a grama, nado sincronizado, pólo aquático, tênis, tênis de mesa, canoagem (algumas provas) e tiro esportivo (ouro e prata da fossa e do skeet).
O judô vale pontos para o ranking – que por sua vez classificará os atletas para a Olimpíada.
Hipismo e pentatlo têm vaga regional – para os melhores do continente.
Atletismo e natação têm provas valendo índices para classificação olímpica.
A força de Cuba e Canadá
Marcus Vinícius acredita que Cuba será a grande adversária do Brasil.
– Em 2007, tivemos mais medalhas que os cubanos, mas eles ficaram à frente em ouros [157 a 135, sendo 52 a 59, com os Estados Unidos no topo do quadro de medalhas: 237, sendo 97 ouros].
A seguir, Marcus Vinícius cita o Canadá.
– Primeiro, porque eles terão a sede do Pan-2015, em Toronto. E também estarão querendo fazer o Pan de Guadalajara como escada para a competição em casa.
Além disso, a Olimpíada de Inverno de Vancouver criou um reflexo muito positivo para o país, segundo o dirigente do COB.
– Vancouver teve repercussão muito forte no Canadá, que chegou na frente de Rússia e Estados Unidos. Para o movimento olímpico deles foi muito bom. Tiveram patrocinadores renovados para 2012.
Paises que vêm chegando
Venezuela, Colômbia e Argentina são lembradas a seguir.
– A Colômbia já foi muito bem nos Jogos Sul-Americanos, em casa [Medellín-2010 teve o país no topo do quadro de medalhas, com o Brasil em segundo lugar]. A Argentina mudou o comando do Comitê Olímpico e vem forte.
Ainda segundo o dirigente, depois da morte do antigo presidente do Comitê Olímpico Argentino o cargo foi assumido por um banqueiro, que tem ligação com uma empresa telefônica.
– A reformulação foi grande. Ele conseguiu um monte de investidores e parece que um percentual das ligações de celulares será endereçada ao esporte. A Argentina será uma concorrente forte, depois de estar abaixo.
México, a incógnita
E, se os Estados Unidos estão sempre acima dos outros países, mesmo não comparecendo com força total, o México – sede, com Guadalajara – é sempre “uma incógnita”.
– O país está muito próximo dos Estados Unidos e tem muitos atletas treinando lá, em grandes centros. No Pan, eles estarão em casa. Conhecem os locais de competição, têm a torcida ao lado, o incentivo de governo e de patrocinadores…
Segundo Marcus Vinícius, membros do COB estiveram em novembro em Guadalajara e voltarão em maio.
– Estava tudo em ordem. A Vila Pan-Americana é que estava um pouco atrasada, mas pelo tivemos de informação as obras já andaram bem. Talvez as subsedes compliquem um pouco.