Presidente Dilma chora e pede “clima de união” ao PT

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A presidente eleita Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira (19) que, passada a campanha eleitoral, o PT precisa ser capaz de criar um "clima político de união e compreensão" depois de uma campanha marcada, segundo ela, por tentativas de se "criar o preconceito e a intolerância".

A presidente eleita fez as afirmações em discurso durante a última reunião de 2010 do Diretório Nacional do PT, em Brasília. Dilma participou como  convidada de honra. Ela se emocionou e foi às lágrimas ao relatar o contato com a militância petista durante a campanha eleitoral.

"Temos que ser capazes de criar um clima político de união e compreensão", afirmou, após criticar os adversários na campanha eleitoral por tentarem, segundo ela, "discutir questões que tinham por objetivo criar o preconceito e a intolerância".

“Numa democracia, é assim que se deve comportar: se disputa na eleição e constroi-se a unidade do país no ato de governar. Eu conto com vocês para a construção dessa unidade do Brasil”, declarou.

Antes da fala de Dilma, o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, elogiou a performance da então candidata durante a campanha eleitoral. Segundo ele, o resultado da eleição comprovou que "eram falsas" todas as afirmações feitas pelos opositores contra Dilma, "de que ela não seria aceita pelo PT, de que era uma invenção de Lula ou de que seria trucidada pelo principal adversário nos debates".

Dilma agradeceu ao PT, aos militantes e dirigentes, aos coordenadores da campanha e aos governadores petistas eleitos presentes ao evento – Jaques Wagner (BA), Agnelo Queiroz (DF), Tião Viana (AP) -, pelo empenho durante a campanha eleitoral.

"Ganhamos juntos esta eleição", afirmou. A presidente eleita disse que deseja "aprofundar" o modelo de desenvolvimento econômico e social implementado no governo Lula. "Minha diferença, minha vantagem quando olho para 2002 [ano em que Luiz Inácio Lula da Silva se elegeu presidente pela primeira vez] é que nós temos uma herança bendita", declarou, em referência indireta à "herança maldita" que Lula costuma dizer que recebeu do governo anterior ao dele, do PSDB.

Dilma disse que o que chamou de "herança bendita" representa um "desafio" porque, segundo afirmou, impõe à nova gestão avançar e buscar novas conquistas no campo social. No discurso, a presidente eleita falou em justiça social e erradicação da miséria. "[A herança bendita] coloca diante de nós a imposição da inovação, de aprofundar o que conquistamos", afirmou.

A presidente eleita fez um agradecimento "especial" aos que chamou de "três porquinhos" – os coordenadores de campanha Antonio Palocci, José Eduardo Dutra e José Eduardo Cardozo. "Acredito que os três porquinhos foram muito bem sucedidos na coordenação da minha campanha. Eu encontrei neles companheiros de todas as horas", declarou.

Dilma também lembrou dos aliados derrotados na eleição e fez um agradecimento a eles.

“Agradeço aos candidatos, os que não se elegeram, porque eles foram decisivos na minha vitória. E quero dizer para eles que nós também temos uma herança, é a herança do Lula ter tentado três vezes. Então, nós temos também a trajetória que é preciso que a gente não desista. E aí, eu quero dizer a eles essa mensagem: nós estamos iniciando uma outra etapa, outras etapas ainda virão."

A presidente eleita encerrou o discurso com uma mensagem para as mulheres. "Eu acho que eu represento a luta de cada uma das militantes aqui presentes, as senadoras, as prefeitas, as deputadas federais. Todas nós representamos milhões de mulheres brasileiras que progressivamente colocarão suas faces, seu voto, a cara, o corpo, brigando por um Brasil melhor. Então, companheiras, agora também é o momento da nossa hora e da nossa vez. Um abraço."

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