Guilherme Maluf, único tucano a garantir vaga na Assembleia, fez acordo com a deputada federal Thelma de Oliveira para empregar os assessores dela em cargos DAS. Em moeda de troca, Thelma, que não conseguiu se reeleger e hoje conduz o diretório estadual, vai apoiá-lo para a presidência do partido no Estado. A aproximação dos dois se deu depois que o ex-prefeito de Cuiabá e candidato derrotado a governador Wilson Santos anunciou apoio ao nome do deputado federal eleito Nilson Leitão para o comando do PSDB. A data da eleição será definida neste mês.
Mesmo fragilizada em Mato Grosso, a agremiação tucana ainda vive clima de racha. Cada grupo tenta "ressuscitar" a sigla sua maneira. O PSDB foi o maior no Estado durante o governo Dante de Oliveira (1995/2002). Chegou a ter 55 prefeitos. Hoje, possui apenas seis.
Nesse acordão com Thelma, Maluf ficou numa saia-justa. Se vê forçado a dispensar velhos aliados para contratar pessoas do gabinete da deputada, que ficará sem mandato a partir de 1º de fevereiro do próximo ano. Entre os que são da equipe de Thelma e que devem pular para a equipe do deputado estão Aparecido Alves, Jorge Morais e ao menos um dos três irmãos da parlamentar, sendo eles Ronaldo, Roberto e Robson Pimentel, braço-direito e responsável por cuidar das emendas de Thelma.
Maluf sonha com a candidatura a prefeito da Capital. Quer fazer barulho nos próximos dois anos como deputado, de modo a viabilizar seu novo projeto político. O problema é que ele não conseguiu uma votação expressiva na reeleição, embora tenha sido o único do PSDB a conquistar espaço na Assembleia. Teve 26.156. Essa falta de cacife surge como obstáculo. Sua votação ficou aquém, por exemplo, da do deputado reeleito para o terceiro mandato Sérgio Ricardo, que garantiu 87.407 e se transformou em opção natural do PR para concorrer também ao Palácio Alencastro.
Para se viabilizar eleitoralmente, Maluf tem outras barreiras, como a oposição a seu nome de Wilson e do ex-senador Antero de Barros, ambos derrotados neste ano ao Governo e ao Senado. Os dois vêem o deputado, médico e empresário com uma certa desconfiança, principalmente depois que Maluf anunciou no decorrer da campanha que poderia apoiar o projeto de reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB) em detrimento da candidatura do colega tucano. Por causa da lei pró-fidelidade, Maluf não tem como deixar a sigla tucana, sob pena de ter o mandato cassado.