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Políciais civis prenderam em flagrante dois pistoleiros acusados de tramar a morte de Maria Manea da Cruz Vitozzi (PP), prefeita de Lambarí D´Oeste (339 km a Oeste de Cuiabá).
De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Mário Rezende, outras pessoas envolvidas no caso tiveram a prisão preventiva decretada e deverão ser presas nas próximas horas.
O crime tem motivações políticas. Os policiais descobriram o esquema e, há quatro dias, investigavam um grupo de pistoleiros.
A Polícia Civil obteve informações de que um empresário do município, que não teve o nome divulgado, estava à procura de uma pessoa para matar a prefeita. O motivo está relacionado a disputas político-eleitorais na região. O valor da encomenda seria de R$ 80 mil.
Segundo as investigações, a execução seria no último dia 10, mas não ocorreu porque os pistoleiros, que iriam receber R$ 80 mil pela execução, queriam uma antecipação de R$ 5 mil como "sinal".
A partir de denúncias anônimas e escutas telefônicas feitas pelo Serviço de inteligência da Polícia Civil de Rio Branco (a 15 km de Lambari), policiais montaram uma campana e esperaram a dupla se encontrar para passar o dinheiro e conversar sobre os últimos detalhes do crime.
O executor chegou de moto e o agenciador, logo depois, de carro. Os dois foram presos em flagrante e o dinheiro, apreendido.
Segundo o delegado Rezende, o grupo pretendia executar o crime nos próximos dias. "O plano da quadrilha envolvia seqüestro, seguido de execução. Depois, iriam colocar o corpo no veículo da vítima, deixá-lo numa estrada e, em seguida, ateariam fogo para simular um acidente", revelou o delegado, em entrevista ao MidiaNews.
Os dois pistoleiros, que não tiveram os nome divulgados, foram encaminhados para a cadeia do município de Rio Branco.
Morte do marido
Em 2004, conforme revelou o jornal Diário de Cuiabá, o candidato à Prefeitura Municipal de Lambari D' Oeste, Luis Carlos Alves da Cruz, esposo da atual prefeita, foi assassinado em circunstâncias semelhantes.
O crime aconteceu na noite de 26 de setembro de 2004. Luiz Preto, como o político era conhecido, concorria à reeleição e, uma semana antes das eleições, saía de uma reunião política, na localidade rural de São José do Pingador, quando foi alvejado com um tiro na cabeça.
Segundo as investigações da época, o crime teria custado R$ 40 mil e teve motivações políticas. O ex-vereador Wenyton Salomão, que já havia ocupado o cargo de secretário na gestão anterior de Luiz Preto, teria sido demitido por irregularidades administrativas. Na época, foram denunciadas seis pessoas, três das quais foram pronunciadas e julgadas. As outras três ainda respondem a processo criminal.
Eleições
Uma semana após o crime, o candidato assassinado ganhou as eleições com uma votação em massa, pois a Justiça Eleitoral não teve como substituir sua foto na urna. O candidato a vice tomou posse. Wenyton Salomão também foi eleito como vereador mais votado, mas sumiu da cidade após a descoberta de seu envolvimento no crime.
Condenado
Em 2009, o ex-vereador Wenyton Salomão, que está foragido até hoje, foi condenado a 20 anos de reclusão como mandante da morte de Luiz Preto. Foram condenados também o pistoleiro Joel Marca, o "Ratão", e o comerciante Guilherme Moreira, acusado de intermediar o crime.
O primeiro, a 19 anos e seis meses, e o segundo, a 17 anos. Os três foram condenados por homicídio duplamente qualificado. Eles estão presos na Cadeia Pública de Cáceres.
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