O bife e o churrasquinho estão mais caros do que nunca em todo o país. Em Mato Grosso, mesmo sendo considerado o Estado com mais cabeças de gado do Brasil, a situação é complicada. O valor da carne bovina no varejo atingiu sua maior diferença na comparação com os preços da arroba do boi gordo recebida pelo pecuarista e da carne negociada no atacado.
As cotações da arroba do boi e da carne bovina no atacado tiveram alta de 70%, cada, com base nos preços de fevereiro de 2005, enquanto o preço da carne no varejo aumentou 106,64% no período, uma diferença de 36,64 pontos percentuais, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), divulgados dia 25 de outubro, pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat).
Em Colíder, o consumidor já sente a diferença. “Carnes que tinham o preço menor, como acém e paleta, tiveram aumentaram quase 40%. O acém está saindo a mais de R$ 8,00 o quilo, um absurdo se a gente compara a trinta dias atrás que estava a menos de R$5,00”, reclamou a dona de casa Maria Lucia Gonçalves. A carne mais barata em um grande supermercado da cidade é a costela fina, que estava a R$7,85 o quilo, até o fechamento desta matéria.
O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, explicou que a recuperação de preço da arroba também se refletiu no atacado, que fez o repasse para o varejo, só que o preço nas gôndolas e nos açougues extrapolaram.
Para ele , isso é um desrespeito com o consumidor, pois não existe justificativa técnica para todo esse repasse. Ainda sobre a análise dos dados do Imea, observa-se que uma maior distância da variação do preço da carne no varejo e as cotações do boi no mercado físico e no atacado acontece desde junho de 2008. “As margens da arroba e do atacado vêm trabalhando juntas, já no varejo isso não acontece. O consumidor acaba pagando o preço de uma carne que poderia estar mais barata” explicou Vacari.