Subiu para 22 o número de mortes causadas no Distrito Federal neste ano pela superbactéria KPC, resistente a praticamente todos os antibióticos disponíveis atualmente. No total, 207 pessoas foram detectadas com o micróbio no organismo e 54 ficaram doentes por causa dele. A maioria dos pacientes estava internada em unidades de terapia intensiva.
De acordo com a Secretaria de Saúde do DF, 64 pessoas internadas em hospitais da região são portadoras da bactéria, sendo que 12 apresentam infecção. No país, já foram detectados casos de KPC também em Estados como São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraná e Paraíba.
Bactérias resistentes a antibióticos não são uma novidade dos hospitais, segundo especialistas. Esses micróbios se tornam multirresistentes por causa do uso abusivo de antibióticos – tanto em tratamentos no hospital quanto em casa.
Além disso, a falta de algumas medidas de higiene – como a incorreta higienização das mãos pelos profissionais de saúde – também explica a proliferação dessas bactérias. No caso da KPC, o que preocupa os especialistas é que essa enzima permite à bactéria se espalhar com mais facilidade do que as outras.
A transmissão ocorre por meio de contato direto, como tocar em outra pessoa, ou por contato indireto, como, por exemplo, pelo uso de um objeto em comum.
Apesar disso, especialistas alertam que não há motivo para pânico. Nos hospitais, os pacientes que estão infectados pela bactéria, ou com suspeita de infecção, estão sendo isolados dos demais.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) fez recomendações para evitar a contaminação pela doença:
Visitantes ou acompanhantes de pacientes
– Se você é visitante ou está acompanhando algum paciente, antes de tocá-lo, lave bem as mãos com água e sabão.
– Evite contato físico com outros doentes e, se houver, não se esqueça de higienizar as mãos.
– Evite tocar em macas, mesas de cabeceira e equipamentos hospitalares. Se houver contato, lave as mãos antes de encostar novamente no doente.
– Verifique se o médico ou enfermeiro que atende o doente que você acompanha fez a lavagem de mãos ou a assepsia com álcool gel antes de examiná-lo. Você pode pedir que ele o faça, para evitar contaminação.
Profissionais de saúde
– Se você é médico ou profissional da saúde redobre sua atenção com as medidas de higienização.
– Higienize as suas mãos com frequência, especialmente antes e após o contato com o paciente, antes da realização de procedimentos invasivos, após risco de exposição a fluidos corporais e após contato com superfícies próximas ao paciente.
– As mãos devem ser lavadas com água e sabão e higienizadas, de preferência, com preparações alcoólicas para as mãos (sob a forma líquida, gel, espuma e outras) ou com água e sabonete líquido.
– Todos os produtos devem estar devidamente regularizados na Anvisa. Se as mãos estiverem com sujeira visível, o uso do sabonete é o mais indicado.