O caso da prisão do delegado Arnaldo Agostinho Sottani, da Polícia Civil de Mato Grosso, suspeito de integrar um esquema de tráfico de drogas, está envolto de muito mistério. As suspeitas são alimentadas pela própria instituição, que se recusa a dar informações sobre o caso.
Arnaldo Sotanni foi preso no último dia 25 de novembro, pelo Grupo Especial de Repressão a Narcóticos (Genarc) de Catalão (250 km a Sudeste de Goiânia-GO). Ele estava pilotando um avião fretado, que era suspeito de transportar drogas.
Em entrevista concedida no dia 28, quando o noticiou o prisão em primeira mão, o coordenador do Genarc, delegado Victor Margon, informou que, durante a abordagem, nenhuma droga foi encontrado no avião. Mesmo assim, segundo consta, o policial mato-grossense foi preso.
Sottani encontra-se cumprindo prisão temporária de 30 dias, conforme foi decretado pela Justiça de Goiás. Até o momento, nenhum advogado de defesa do delegado se pronunciou sobre o caso. A informação da Polícia Civil do Estado é que ele continua detido.
MidiaNews apurou que a Polícia Civil de Goiás, que comanda das investigações, teria provas robustas da utilização da aeronave em questão, que não teve a identificação revelada, na associação ao tráfico de drogas. O Genarc, segundo as informações, estaria trabalhando para identificar o dono da aeronave.
A primeira informação obtida pela reportagem era de que o delegado Arnaldo Sottani teria sido preso com 27 quilos de cocaína, que estariam dentro de um avião de sua propriedade. Essa informação, porém, foi negada tanto pela Polícia Civil de Mato Grosso, como a de Goiás.
Silêncio
As polícias dos dois Estados não se pronunciam sobre o caso. Em Cuiabá, a assessoria de imprensa informou à reportagem que o caso vem sendo investigado pela Polícia de Goiás e apenas "acompanhado" pela Corregedoria da Polícia de Mato Grosso.
Em Goiás, o coordenador da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc), delegado Deusny Aparecido Silva Filho, disse que as informações estão sendo repassadas para a Corregedoria de Mato Grosso.
Devido ao longo feriado, que começou na sexta-feira (28) e termina na terça-feira (2), a reportagem teve dificuldade em obter mais informações sobre a prisão do delegado Sottani.
