A volta do funcionamento da Usina Termelétrica Governador Mário Covas, localizada em Cuiabá, na Rodovia dos Imigrantes, saída para Santo Antônio do Leverger, pode representar uma guinada na estabilidade do fornecimento de energia na Baixada Cuiabana e na sustentabilidade de gás natural em Mato Grosso.
A análise parte do princípio de que, em sua capacidade plena de 480 megawatts (MW), a usina poderá chegar a responder por 70% da demanda de energia no Estado, um volume três vezes maior que a Hidrelétrica do Manso, localizada entre Chapada dos Guimarães e Nova Brasilândia, e principal fonte de energia da Baixada Cuiabana.
Abastecida por gás boliviano desde 1997, através da empresa Pantanal Energia, ganhadora da licitação internacional da Eletronorte com a empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que duraria 21 anos, a usina começou a enfrentar problemas quando a Bolívia iniciou processo de nacionalização de suas reservas de gás, suspendendo contratos existentes.
Sem o insumo em volumes e frequências ideais para manter a operação, de 2,2 milhões de metros cúbicos por dia, a Termelétrica parou de gerar energia em 2007.
Agora, a partir de negociações entre os dois países e a entrada da Petrobras como nova fornecedora do gás no Brasil, a previsão do governador Silval Barbosa (PMDB) é a de que, até o fim deste ano, recomecem as operações na Mário Covas.
"Dependemos da negociação da parte burocrática do contrato entre Petrobrás e YPFB para que o gás de Mato Grosso seja entregue em San Matias, cidade boliviana que faz fronteira com Cáceres. O que nós queremos, e a Bolívia também quer, é que o processo seja agilizado o mais rápido possível", afirmou.
De acordo com Silval, a regularidade energética que a Baixada Cuiabana sofrerá com a reabertura da usina trará reflexos para a economia, bem como a possibilidade de uma ampliação no processo de industrialização que Mato Grosso vem passando nos últimos anos.
"Os reflexos serão muito grandes e importantes, já que estamos em um momento de buscar uma nova economia, em fase de industrialização da nossa produção. Portanto, o fornecimento de energia com uma potência de 480 MW é tudo que nós precisamos neste momento, para impulsionar ainda mais Mato Grosso", disse o governador.