O inquérito que investiga a prática de crime eleitoral supostamente cometida pelo deputado federal eleito, Ságuas Moraes (PT), no município de Arenápolis (258 km a Médio-Norte de Cuiabá), deverá ser concluído em dez dias, conforme informações repassadas ao MidiaNews pelo delegado Marcelo Graciano. Ságuas foi eleito para a Câmara Federal no último dia 3, com 88.654 votos.
Segundo o delegado, na apuração dos fatos, ficou comprovada a responsabilidade do petista, na promoção de um almoço realizado no dia 22 de setembro, na sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) de Arenapólis.
Graciano explicou que o fato de Ságuas estar em encontro político pedindo votos não configura crime, no entanto, a legislação eleitoral considera o almoço como oferecimento de vantagem em troca de voto. Sendo assim, ficou comprovado que houve a prática de corrupção eleitoral por parte petista.
Entenda o caso
No último dia 22 de setembro, o então candidato foi detido na cidade, durante um almoço promovido pelo PT, juntamente com o prefeito do município, Farid Tenório (DEM), e a vereadora Noêmia de Souza (PT), além de 30 pessoas que participavam do evento.
Segundo o delegado, Ságuas estava em uma reunião política na AABB, com a participação de membros do PT e de simpatizantes, sendo servido no local um almoço.
A partir de uma denúncia, servidores do cartório eleitoral de Arenápolis foram até o local e presenciaram o crime. Em seguida, todos os participantes do almoço foram conduzidos à delegacia, para prestar esclarecimentos.
Ságuas não foi autuado em flagrante em função de dispor de prerrogativa de cargo, por ser deputado estadual licenciado. O prefeito Farid Tenório foi ouvido pela Polícia Civil e liberado no mesmo dia da detenção.
Segundo o delegado, não ficou comprovada, nas investigações, a prática de crime eleitoral por parte do prefeito.
A vereadora Noêmia foi presa em flagrante, por ter sido a organizadora do almoço. Segundo o delegado, a petista pagou fiança e foi liberada no dia seguinte.
Graciano está na fase final das oitivas dos envolvidos e o relatório das investigações será encaminhado à Justiça Eleitoral de Arenápolis, que decidirá se Ságuas e Noêmia responderão processo por crime de corrupção eleitoral.