5,6% dos bebês de até seis meses que comeram ovo cozido desenvolveram alergia ao ovo contra 27,6% das crianças que comeram depois dos 12 meses
A descoberta das cientistas Katie Allen e Jennifer Koplin mostra que oferecer precocemente alimentos considerados alergênicos, ou seja, que podem causar alergia, pode ser a melhor maneira de proteger as crianças contra essas reações.
Segundo Jennifer, até recentemente, a recomendação era de que as crianças com histórico de pessoas alérgicas na família só passem a comer alimentos como ovo, amendoim e grãos quando completarem dois ou três anos de idade.
– [Mas] nosso estudo sugere que bebês que ingerem estes alimentos na tenra idade devem ter menos chances de desenvolver alergia a eles quando estiverem mais velhos.
A reação alérgica ao ovo é a alergia alimentar mais comum entre bebês e crianças e tem como sintomas problemas de pele, vômito, diarreia e, em casos mais graves, choque anafilático.
O estudo envolveu mais de 2.500 crianças para avaliar a época de introdução dos ovos associada ao risco aumentado ou diminuído de alergia ao alimento.
Bebês que comeram ovo somente depois de 12 meses de idade tiveram risco três vezes maior de ter alergia ao alimento entre os 14 e 18 meses do que os que comeram entre os quatro e seis meses de idade, independente se tinham ou não histórico de alérgicos à comida na família.
Ainda de acordo com a pesquisa, entre as formas mais comuns de se comer ovos – seja cozido, mexido, frito ou poché – a versão cozida mostrou-se mais protetora contra a alergia ao ovo.
Já com relação aos bebês com idade entre quatro a seis meses que comeram ovo cozido, apenas 5,6% deles desenvolveram alergia ao ovo em comparação com 27,6% das crianças que comeram ovo cozido depois de 12 meses.
O estudo não encontrou nenhuma relação entre a alergia ao ovo e o tempo em que o bebê é amamentado. A pesquisa também mostrou que não há influência da época de introdução dos alimentos sólidos na dieta do bebê.