A vereadora licenciada do município de Colíder , Regiane Rodrigues de Freitas (PRP), acusada de integrar uma quadrilha que operava no tráfico de drogas no Nortão de Mato Grosso, foi condenada a um ano e oito meses de prisão, em regime fechado.
A sentença foi proferida pela juíza Anna Paula Gomes de Freitas, da Segunda da Vara de Feitos Gerais da Comarca de Colíder.
Regiane está presa desde o dia 15 de outubro do ano passado, após a deflagração da Operação "Tribuna do Pó", pela Polícia Civil. A pena está sendo cumprida em uma sala no Corpo de Bombeiros, em Cuiabá, uma vez que legislação prevê a detenção em sala do Estado-Maior, por possuir graduação em Direito. Vale destacar que à decisão cabe recurso.
A juíza acatou, em parte, a denúncia do Ministério Público, que acusava Regiane de apoiar o comércio da droga, por conta do trânsito livre em locais públicos, e por receber pagamentos referentes a essas vendas no interior da prefeitura. Em sua defesa, Regiane alegou ser usuária de drogas há 15 anos.
De acordo com delegado Sérgio Ribeiro de Araújo, que investigou a quadrilha, Regiane era uma das financiadoras do esquema, usava o cargo para auxiliar a quadrilha e conseguia carros e passagens de ônibus para traficantes buscarem a droga na cidade de Cáceres (a 900 km de Colíder, no Oeste do Estado), que, por sua vez, era conduzida para Sorriso e distribuída para vários municípios da região Norte de Mato Grosso.
Outros condenados
Na sentença, Anna Paula Gomes condenou ainda Francivaldo da Silva Menezes (25 anos e oito meses), acusado de comprar a droga de um traficante boliviano e fazer a distribuição na região de Colíder; Luiz Carlos de Jesus (17 anos e quatro meses), que vendia a droga trazida por Francivaldo; Rafaela Rodrigues dos Santos (16 anos), também revendedora da droga; e Valdinei Cristiano Uliano (quatro anos e quatro meses), apontado como a pessoa que cobrava as dívidas para Francivaldo.
Também foram condenados Celiomar Ferreira (dois anos e oito meses, após redução de pena por delação premiada), que admitiu esconder em sua residência a droga e a balança de precisão utilizada pelo grupo; e Aline Marques da Silva, Márcio Monteiro Jayme e Américo Tripodi Filho (três anos), todos acusados de associação ao tráfico.
Ozeni Batista dos Reis, que foi condenada a seis meses e 20 dias, teve a pena reduzida em dois terços por duas vezes, por ser primária, ter bons antecedentes e por delação premiada. Ela é acusada guardar entorpecentes em sua casa.
De acordo com a sentença, apenas Ozeni dos Reis poderá recorrer da decisão em liberdade. Francivaldo Menezes, Valdinei Uliano e Luiza Carlos Jesus estão foragidos. Os demais estão presos.
Tribuna do Pó
A operação foi deflagrada pela Polícia Civil de Colíder no dia 15 de outubro de 2009, após um ano de investigações, que tiveram nas escutas telefônicas as principais provas contra o grupo. A droga, que tinha origem na Bolívia, chegava a Colíder em carros e ônibus.
Na cidade, o entorpecente era vendido na rua, em casas de traficantes ou entregues pelo disque-droga. Na ocasião, foram expedidos pela Justiça 20 mandados de prisão, sendo 15 para o município de Colíder, base da operação.
Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ