Contra lei eleitoral, professores já admitem greve geral

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Secom – MT

Poucas escolas em Cuiabá mantéma normalidade; na maioria, sem professores, aulas são escassas
ISA SOUSA
DA REDAÇÃO

 

Após a decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que mantém a proibição à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) de contratar profissionais temporários durante o período das eleições, os professores podem entrar em greve, já nesta semana.

Dados da Seduc revelam que o quadro de profissionais, entre efetivos e contratados, é de 23 mil. Destes, 125 profissionais devem se afastar mensalmente, em função de licença médica.

O afastamento já reflete em, pelo menos, três cidades do Estado. Canarana, Barra do Garças e Poconé estão com aulas paralisadas devido a falta de professores.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep), Gilmar Soares Ferreira, a decisão do TRE é insensível e o que está em discussão neste momento, segundo elem é a contratação excepcional, que não criaria prejuízos ao Governo.

"Medidas como esta, ao invés de ajudar, prejudicam ainda mais o ensino. A situação é dramática. Visitando alguns lugares, encontrei diretores fazendo a merenda, deixando de exercer sua função para fazer atividades onde deveria ter alguém especificamente contratado", afirmou o sindicalista.

De acordo com o presidente, o afastamento por problemas de saúde não é passível de previsão, fato que não possibilitaria que o Sintep fizesse um planejamento para a época eleitoral.

"Não podemos prever um óbito, licenças médicas ou pedidos de exoneração. Nosso entendimento é que a Seduc tem que enfrentar a decisão do TRE e abrir exceção", observou.

Nesta segunda-feira (30), o Sintep se reunirá com a Seduc. A partir da reunião e do que for decidido, o sindicato fará uma avaliação. A paralisação ainda não é oficial, mas, caso providências não sejam tomadas, a greve não será descartada.

"A partir do dia 2 de setembro, teremos um congresso na Capital com quase dois mil delegados, de quase todos os municípios. Vamos fazer uma avaliação e decidirmos se começamos a greve ou não", disse. Ferreira.

Lei eleitoral

Além de Cuiabá, vários municípios estão vivendo com a falta de professores e a impossibilidade de contratação de funcionários, em função da legislação eleitoral, que proíbe contratações de servidores públicos neste período.

Para a Secretaria de Educação do Estado, a saída, é o remanejamento de professores, inclusive de outras escolas estaduais. Isso deve ser decidido a partir desta segunda-feira (30).

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