Mesmo sem ser candidato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais personagens na semana de estreia do horário eleitoral gratuito na TV. No programa de sua candidata, Dilma Rousseff (PT), Lula apareceu em exaustão, ora em depoimentos sobre a presidenciável, ora ao lado dela na época em que foi ministra da Casa Civil.
A novidade, no entanto, foi sua participação – involuntária – no programa de José Serra (PSDB), adversário da petista na disputa. Imagens de arquivo de Lula ao lado do ex-governador de São Paulo foram usadas pela campanha tucana enquanto um narrador destacava a experiência dos dois líderes.
O uso da imagem de Lula no programa gerou reclamações no flanco adversário e custou a Serra uma ação na Justiça Eleitoral protocolada pelo PT na última sexta-feira (20). A lei veda a participação de políticos no programa de coligações que não incluem o seu partido.
Até Marina Silva (PV), também ex-ministra de Lula, admitiu que poderá exibir o presidente campeão de popularidade em seu programa antes do 3 de outubro, mas criticou o uso “oportunista” da imagem do petista.
Criticas
A campanha da verde, por sinal, foi alvo de “fogo amigo” logo na semana de estreia. O ex-coordenador da campanha de Marina, Alfredo Sirkis (PV-RJ), criticou a ausência da presidenciável e disse que a candidata aparece como “coadjuvante” em sua própria propaganda.
As críticas geraram mudanças nos programas seguintes, mas que também não agradaram o candidato a deputado no Rio do Janeiro.
– Sai o Discovery Channel entra o teatro experimental.
Favela cenográfica
Outra polêmica que marcou a primeira semana do horário eleitoral gratuito na TV foi uma favela cenográfica usada na propaganda de Serra. Na tentativa de criar uma imagem mais popular do tucano, a estratégia foi considerada errada até mesmo por aliados e valeu ironia de Marina durante debate entre presidenciáveis.
– Com tantas favelas de verdade por aí, o seu programa [de Serra] levou ao ar uma favela cenográfica.
