Pesquisa diz que brasileiro é “campeão de banho”. Conheça os perigos do exagero

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Banho saudável tem água no máximo morna

 
 
 

 

 
"Tome com moderação". O ditado muito usado para o consumo de bebida alcoólica vale também para a prática do banho, uma modalidade em que os brasileiros são "campeões mundiais". Uma pesquisa feita pela consultoria TNS Global Market Research em dez países indica que os brasileiros são os que tomam banho com mais frequência, mas exagerar na dose pode colocar a saúde da pele em risco.

 

Os dados indicam que, por aqui, a média é de 19,8 banhos por semana, o que dá quase três passadas pelo chuveiro por dia. Depois aparecem os russos, com 8,4 banhos semanais, japoneses (7,9), franceses (7,7), americanos (7,4), alemães e italianos (6,1), britânicos (5,6), chineses (4,9) e indianos (3).

No Brasil, foram ouvidas 1.057 pessoas de ambos os sexos e com idade entre 18 e 65 anos nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Recife.

Apesar de a pesquisa – feita a pedido da fabricante de produtos de higiene Reckitt Benckiser – mostrar que os brasileiros são bem “limpinhos”, tomar banho em excesso pode fazer mal para a saúde da pele. Por isso, é recomendável usar o chuveiro e, principalmente, sabonete, esponja e toalha com moderação.

Dermatologistas dizem que o banho naturalmente reduz o manto lipídico, a camada de gordura que envolve a pele, retém sua umidade e a protege contra intrusos, como fungos e bactérias. Exagerar na dose faz com que a pele fique mais ressecada e sujeita a inflamações (dermatites), que deixam a pele mais vermelha e provocam coceiras.

Andréia Mateus, coordenadora do departamento de cosmiatria da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia), diz que o grande vilão, na verdade, é o sabonete, que elimina muita gordura da pele.

– Na verdade, ele é um detergente, que remove células mortas, poluição, um pouco de gordura e o odor. Mas é algo para se usar com moderação e cuidado. Aquela imagem que existe nas propagandas, de alguém todo coberto por espuma, é maléfica para a pele. Deve-se ter contato com o sabonete pelo menor tempo possível.

Ficar sem esse manto de gordura na pele pode trazer graves problemas para a pele, conta Meire Brasil Parada, dermatologista colaboradora da unidade de cosmiatria da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

– Isso faz com que a pele fique muito ressecada, o que favorece a coceira e as infecções. Quando você coça a pele, acaba criando machucados, uns microtraumas, que facilitam a penetração de fungos, o que pode gerar uma micose. Alguma bactéria também pode entrar, provocando infecção. A vermelhidão também aumenta.

Água quente é gostosa, mas não exagere

Outro fator que agride a pele é a temperatura alta da água, que também “quebra” as moléculas de gordura (não é à toa que, para limpar uma panela cheia de gordura, as pessoas usem detergentes e água quente). Por isso, a recomendação é tomar o banho com a substância a uma temperatura no máximo morna (de até 35ºC).

Não há um número certo de banhos a se tomar por dia, já que isso depende de fatores como a umidade do local em que a pessoa vive, o que influencia na transpiração e na umidade da pele. Alguém que more em uma cidade litorânea como o Rio de Janeiro, em que se transpira mais, provavelmente vai sentir a necessidade de tomar mais de um banho por dia, enquanto que os moradores de Brasília, que tem o clima seco como característica, tendem a transpirar menos.

 

Mas, entre os especialistas, o consenso é que de um a dois banhos por dia, em períodos que variam de três a oito minutos, já são suficientes. A orientação é concentrar o sabonete apenas nas áreas importantes para o odor: axilas, órgãos genitais, bumbum e pés.

 

Quem sua muito nas costas ou tem a pele do rosto muito oleosa também deve passar bastante o produto nas regiões, mas enxaguar rápido (Andréia diz que um período de três minutos já é suficiente). Também é bom usar sabonetes neutros, que têm o pH em torno de 7 e não danificam tanto a pele, e cremes hidratantes.

Ana Maria Pinheiro, professora de dermatologia da UnB (Universidade de Brasília), diz que o cabelo também sofre com a água quente e o excesso de xampu, mas que o número de vezes que a pessoa pode “lavar a cabeça” depende da oleosidade do fio.

– Se a pessoa tem cabelo oleoso, pode lavar todo dia com xampu e condicionador só nas pontas. Se o fio for mais seco, o termômetro é a aparência: se ele começar a parecer muito sujo ou oleoso, ai precisa lavar. Mas a pessoa não precisa ter medo de lavar o cabelo todo dia: ele não vai cair ou apodrecer. Isso é mito.


 

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