PM indicia 22 pela morte de soldado em treinamento

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Vinte e duas pessoas foram indiciadas pela morte do soldado da Polícia Militar de Alagoas, Abinoão Soares de Oliveira, segundo o relatório final do inquérito da Corregedoria da Polícia Militar. Os indiciamentos estão relacionados aos crimes de homicídio culposo por imperícia, prevaricação, omissão e maus tratos. A morte ocorreu no dia 24 dr abril passado, em um clube de golfe, na região do Manso, em Chapada dos Guimarães.

Segundo o comandante-geral da PM, Osmar Lino Farias, dos 30 instrutores e coordenadores que estavam presentes no local, 22 foram indiciados. "Aqueles que foram culpados, aqueles que omitiram ou deixaram de ajudar, foram responsabilizados", afirmou o oficial.

"Um exemplo: no dia do acidente havia salva-vida escalado e o mesmo não fez nada, esse também foi indiciado", explicou Farias. "O que deveria ser feito foi feito, quem deveria ser indiciado foi indiciado. Agora, o Ministério Público fará a propositura da ação penal", informou.

Os tenentes PM Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira foram indiciados por homicídio culposo por imperícia e lesão corporal culposa, ou seja, sem intenção de matar. Segundo o inquérito, os dois ofiiais não estavam preparados para serem instrutores.

Outras 20 pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, mas são instrutores e coordenadores, foram indiciadas por homicídio culposo por omissão. Quatro foram indiciados também por maus tratos, dois por prevaricação e dois por inobservância da lei.

Segundo o corregedor-geral da PM, Joelson Sampaio, o major Metelo foi indiciado por lesão corporal dolosa. "Em seu depoimento, o oficial assumiu a culpa", afirmou Sampaio.

Para o advogado da família de Abinoão, Alfredo Gonzada, o instrutor assumiu a culpa quando afogou o Abinoão. "Nem eu e nem a família iríamos ficar satisfeitos com essa conclusão. Para mim, os dois instrutores deveriam ser indiciados por homicídio doloso", afirmou Gonzaga. "Vou aguardar o Ministério Publico, porque sei que a conclusão deles não será a mesma que da PM", concluiu o advogado.

Segundo o comandante-geral da PM, Osmar Lino Farias, agora o inquérito irá seguir para o Ministério Público e para a Justiça. E as medidas administrativas, com relação aos oficiais envolvidos, serão tomadas a partir desta quinta-feira (1º) "Eles irão responder em liberdade, porém os dois instrutores já foram afastados das ruas", disse Farias.

Convocados

De acordo com Sampaio, o Ciopaer pediu para o Bope uma relação, indicando instrutores e coordenadores para ministrarem o curso. Nesta lista, Carlos Evane e Dulcézio Barros foram escalados. E quatro dias antes do curso, foi publicado no Diário Oficial, a mesma lista que o Bope indicou, inclusive, Evane e Barros. A decisão foi assinada pelo capitão Genuário, do Bope.

Porem, na conclusão do laudo da PM, foi constatado que os dois intrutores não tinham a carga horária necessária para ministrarem o curso. "Se dependesse da PM, o curso teria encerrado no mesmo dia em que ocorreu a morte do soldado. Mas a decisão é da Sejusp", disse Sampaio.

Morte

O soldado Abinoão Soares de Oliveira morreu vítima de tortura, no dia 24 de abril, por meio de afogamento, durante treinamento do 4º Curso de Tripulante Operacional Multimissão (TOM-M), realizado em uma lagoa de um condomínio particular, na estrada de acesso ao Lago do Manso, em Chapada dos Guimarães, a 20 km de Cuiabá.

O treinamento foi ministrado pelos tenentes Carlos Evane Augusto e Dulcézio Barros de Oliveira

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