Os líderes da coligação Movimento Mato Grosso Muito Mais se reúnem, na manhã deste domingo (27), para tentar achar uma saída para a crise que atingiu a aliança, principalmente depois das idas e vindas do empresário Mauro Mendes (PSB), cujo projeto de pré-candidatura ao Governo do Estado esteve (ou está) ameaçado.
Ontem, em meio às convenções que oficializaram as candidaturas do governador Silval Barbosa (PMDB) e Wilson Santos (PSDB), Mauro Mendes se reuniu com o líder peemedebista e com o ex-governador Blairo Maggi (PR), candidato a senador. Discutiram a possibilidade de o neosocialista desistir do seu projeto e compor, com Silval, a chapa da situação, na condição de candidato a vice-governador.
Mauro Mendes viveu uma manhã de sábado (26) inusitada: foi anunciado pelos meios de comunicação como "o vice de Silval"; o anúncio da decisão seria questão de horas. No começo da tarde, o governador negou que tivesse cooptado o empresário, que, por meio de sua assessoria, anunciou que matinha a candidatura.
Indefinição
O quadro político em Mato Grosso, apesar de todas essas articulações, ainda está indefinido. A disputa pelo Governo do Estado pode ter três candidatos, mas não está descartada a possibilidade de que a "guerra" eleitoral seja polarizada entre o ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos (PSDB), e o governador Silval Barbosa.
Além da possibilidade de ser vice de Silval, Mendes pode ainda ser suplente de Maggi no Senado. Ele aparece muito bem nas pesquisas, na frente de todos os outros concorrentes. O ex-governador disse ontem que não vê nenhum problema em ter o empresário como seu suplente. "Ele seria muito bem-vindo. Aliás, fiz esse convite a ele há muito tempo", disse.
Ontem pela manhã, emissários do PR, PMDB e PT chegaram a afirmar que Mendes havia desistido da candidatura e aceitado ser vice de Silval. Em nota enviada à imprensa, a assessoria de Maggi divulgou que o ex-governador reafirmava a intenção de trazer Mendes e todos os partidos que o apóiam para a aliança. À tarde, o cenário mudou. Possivelmente pressionado por líderes do Movimento Mato Grosso Muito Mais, Mendes anunciou que nada estava resolvido.
Por volta das 14h30, a assessoria do Movimento Mato Grosso Muito Mais informou que uma entrevista coletiva, marcada para 17 horas, colocaria um fim "aos boatos". Menos de uma hora depois, a entrevista coletiva estava cancelada. No final da tarde, membros do movimento anunciaram que a candidatura estava mantida.
O deputado estadual Percival Muniz (PPS), um dos idealizadores do movimento, ainda defende o projeto. Ele acredita, no entanto, que, se Mendes não for candidato ao Governo", que não seja a nada.
Em entrevista ao Diário de Cuiabá [por volta das 16 horas de sábado], Mendes não quis comentar o episódio em profundidade. Limitou-se a dizer que ainda está avaliando. "Não está decidido. Nada mudou", disse, conforme revela a jornalista Sônia Fiori.
Renovação do cenário
Em entrevista exclusiva ao MidiaNews, ontem, o presidente do diretório estadual do PDT, o deputado Otaviano Pivetta, negou que Mendes desistiu do projeto de ser candidato ao Governo.
"Vamos manter nossas candidaturas até o final. Acreditamos na renovação do cenário político e na concretização de políticas públicas feitas por novas lideranças. Não estamos dispostos a ceder às pressões dos adversários", afirmou.
Pivetta confirmou que o governador Silval Barbosa procurou dirigentes partidários das quatro legendas do Movimento Mato Grosso Muito Mais, numa tentativa de composição. "Foi ofertada a vaga de vice-governador ou a primeira suplência na chapa do Blairo Maggi ao Senado. Não foi o Mauro Mendes que ficou de avaliar, mas os líderes do Movimento Mato Grosso Muito Mais", revelou Pivetta.
No entanto, o parlamentar aponta que a possibilidade da desistência ocorrer é considerada mínima. "Não vejo possibilidade disso, vamos manter nosso projeto em pé", disse Pivetta.
Neste domingo, a cúpula da coligação se reúne, a partir de 11h. O local não foi revelado. A expectativa é de que, hoje, definitivamente, Mauro Mendes defina seu futuro político e da aliança socialista, que se anunciava como sendo a "terceira via", na disputa pelo Governo de Mato Grosso.
Com reportagem de Rafael Costa e informações do Diário de Cuiabá.
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