Percival acusa Antero de tentar enfraquecer PPS em MT

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O presidente do Diretório Estadual do PPS, deputado Percival Muniz, acusou o ex-senador Antero Paes de Barros (PSDB) de tentar interferir nas decisões da legenda, no que seria uma estratégia visando a favorecer a coligação com o pré-candidato ao Governo do Estado pelo PSDB, o ex-prefeito de Cuiabá, Wilson Santos.

A declaração foi feita durante encontro da cúpula estadual do partido, ontem à noite, no Plenarinho da Assembleia Legislativa, e que terminou favorável ao empresário Mauro Mendes (PSB), pré-candidato ao Governo pelo Movimento Mato Grosso Muito Mais. Trinta e um votos foram favoráveis à coligação com o socialista, ao passo que houve somente quatro votos a favor pelo tucano e uma abstenção.

"Não sou homem de aceitar ordem de terceiros. Ontem [anteontem], o Antero ligava a todo o momento para interromper a reunião do partido. O Antero acabou com o PSDB e levou o Dante até à morte. Aqui, ele não vai conseguir", disse Percival.

A observação do dirigente despertou a ira do militante Wagner Simplício, que, apontando o dedo em direção ao colega, passou a gritar exigindo mais respeito. "Você, Percival, pode apontar o dedo na sua casa; no partido não. Tenho mais história do que você no partido", disse.

"Morte" do PSDB

Na linha do discurso de tom ríspido, Percival Muniz mandou um duro recado ao grupo do vereador Ivan Evangelista, que insistia em defender o apoio ao PSDB e boicotar a votação de indicativo de apoio.

"Tem que evitar gente falando pelo PPS, como se o partido fosse de propriedade do PSDB. Não vou aceitar conselhos e nem ameaças de quem está fora do partido. Já ajudei a eleger um governador e fui prefeito do segundo maior município do Estado [Rondonópolis]; o Roberto Freire respeita minha história no partido e vai respeitar minha decisão", disse Percival.

O parlamentar ainda afirmou que Antero Paes de Barros é o responsável pelo enfraquecimento do PSDB em Mato Grosso. "Ele é o culpado pelo fato de o PSDB ter apenas quatro prefeitos no Estado. Mesmo com dificuldades, o PPS controla nove prefeituras. O Antero não vai conseguir destruir o PPS. Ele levou até o Dante à morte. Dante morreu de depressão pelas decepções que teve", disse.

Ameaça de recurso

Vice-presidente do Diretório Estadual do PPS, o vereador Ivan Evangelista afirmou que avalia, até mesmo, a possibilidade de recorrer ao diretório nacional para anular a aprovação do indicativo de apoio a pré-candidatura do empresário Mauro Mendes ao Governo do Estado.

"Em momento algum, a resolução foi respeitada. O que assistimos aqui é uma verdadeira aberração, um jogo de cena, de quem deseja impor a qualquer custo uma vontade pessoal, e não partidária. O deputado Percival Muniz nem sabe se o Mauro Mendes vai ser candidato. A melhor opção é seguir ao lado de Wilson Santos e cumprir a determinação nacional", disse Evangelista.

Já Elismar Bezerra, que foi destituído do cargo de secretário-geral do PPS, se recusou a comentar a declaração de que estaria obedecendo às ordens do PSDB para insistir no apoio a Santos. "Não vou entrar no jogo baixo do Percival Muniz. Responder a essa acusação é inútil", disse. Por outro lado, Wagner Simplício despediu-se do local sem falar com a imprensa e não respondeu à acusação de que estaria servindo aos interesses do PSDB.

Defesa

O suplente de deputado federal Eduardo Moura elencou os motivos que o levaram a optar pela permanência no Movimento Mato Grosso Muito Mais.

"Primeiro, o PPS foi o criador do Movimento Mato Grosso Muito Mais. Segundo, não conseguimos ter uma boa relação com o PSDB no segundo mandato do prefeito Wilson Santos. Terceiro, acredito que teremos mais chances nas proporcionais na aliança com o PSB do que unidos com DEM e PSDB", afirmou Moura.

Já Percival Muniz disse acreditar que a direção nacional vai respeitar a decisão do partido em Mato Grosso e descartou a possibilidade de uma intervenção. "O partido não sai unido, mas democracia é a decisão da maioria e deve ser respeitada", afirmou.

Mais medidas

Junto com o indicativo de apoio a pré-candidatura de Mauro Mendes, o Diretório Estadual do PPS decidiu destituir Elismar Bezerra do cargo de secretário-geral. Embora seja um dos apoiadores da aliança com Wilson Santos, Percival nega que tenha alguma ligação.

"Precisamos de alguém que tenha tempo para construir as chapas proporcionais e tenha planejamento para estruturar o partido. No momento, ele está ocupado com outras atribuições", disse.

Bezerra é secretário de Trabalho, Emprego e Turismo na Prefeitura de Cuiabá, indicado pelo ex-prefeito Wilson Santos. O substituto será o militante Antônio Carlos Máximo, filiado desde a época do antigo PCB.

Foi decidido ainda que 15 membros irão coordenar todas candidaturas na proporcional e a promoção de um suplente para titular na formação do diretório estadual.

Outro lado

MidiaNews tentou contato com o ex-senador Antero Paes de Barros, mas ele não atendeu às ligações para seu telefone celular. Uma das funcionárias da empresa Antecipar afirmou que o tucano viajou para a região do Araguaia e retorna somente na segunda-feira (18).

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