- Foto por Fernando Cesarotti/R7
A eliminação precoce no Campeonato Paulista fez o Corinthians armar uma verdadeira operação de guerra para blindar os jogadores e evitar o excesso de pressão na briga pela conquista da Copa Libertadores, prioridade neste ano em que o clube celebra seu centenário.
A estratégia inclui, por exemplo, escalar dois dos jogadores mais experientes do elenco, Ronaldo e Roberto Carlos, para conceder entrevistas coletivas após os treinos de quinta-feira (8) e sexta-feira (9), os dois dias seguintes à desclassificação.
Os dois chamaram a responsabilidade pelo mau desempenho da equipe no Estadual – Ronaldo admitiu não estar em boa fase técnica, e Roberto Carlos lamentou as expulsões nos clássicos contra Palmeiras e Santos -, e tentaram minimizar a derrota, lembrando que agora o técnico Mano Menezes terá mais tempo para preparar o time para os jogos restantes pela fase de grupos da Libertadores.
Líder do Grupo 1, com 10 pontos, o Corinthians enfrenta o Racing na próxima quarta-feira (14), em Montevidéu, e se garante nas oitavas de final com uma vitória. A meta é vencer os dois jogos para terminar com a melhor campanha de toda a primeira fase, a fim de garantir a vantagem de decidir em casa nos confrontos de mata-mata até a final.
“Proletário”
Outra parte da estratégia é colocar em segundo plano as contratações de reforços. Nesta sexta, Roberto Carlos negou que o Corinthians, que contratou além dele, entre outros, os meias Tcheco e Danilo e o atacante Iarley, todos jogadores com final de Libertadores no currículo, tenha um supertime.
– Não é um time milionário. Milionário é o Real Madrid, que tem uma folha de pagamento de 20 milhões de euros.O Corinthians tem um time forte, que foi montado para disputar e ganhar a Libertadores, e é isso que vamos tentar fazer.
O lateral admite, no entanto, que o Corinthians joga pressionado, e diz que até a escolha das palavras pode ser prejudicial à equipe.
– Time milionário, lembrar o tempo todo do centenário, tudo isso só aumenta a pressão. Nós acabamos de ser eliminados do Paulista, mas estamos bem na Libertadores, somos líderes do grupo e temos de viver esse momento bom.
Dentro de campo, os jogadores seguiram as instruções à risca durante os treinos: sem demonstrar abatimento pelo fator de estar de fora do Estadual, os jogadores trabalharam de forma descontraída nos últimos dias, com muitas brincadeiras e até apostas informais – numa pausa do treino na sexta de manhã, Roberto Carlos mandou a bola no travessão num chute com o pé direito, de longa distância, e ganhou aplausos dos colegas.
Se o Corinthians na Libertadores é uma panela de pressão, pelo menos por enquanto o fogo está sendo mantido em temperatura branda.