O ex-jogador Roberto Cavallo reclamou da falta de profissionalismo do futebol mato-grossense, criticou a condição dos gramados, estádios, instalações e questionou a qualidade da arbitragem, sem citar nomes.
"O futebol no Estado precisa evoluir. Existem muitos incompetentes no futebol mato-grossense, a arbitragem erra muito e as condições dos estádios são péssimas", desabafou Cavallo, que deixou o Mixto na terça-feira (2), sem ganhar uma partida no campeonato estadual.
Ao deixar o Alnivegro, Cavallo disse não ter sido demitido, que gostaria de continuar na equipe, mas se viu em uma situação insustentável e chegou a essa decisão junto à direção da equipe.
"Saio do Mixto de cabeça erguida e deixando a porta aberta. Mas, diante de um primeiro turno sem resultado, tem que haver uma demissão. Infelizmente, não pude dar uma vitória à torcida e estou saindo para o bem do time. Torço para o Mixto e espero que a torcida sorria ainda", declarou.
Questionado sobre qual foi o principal problema para o péssimo desempenho do time no campeonato, com uma campanha de quatro empates e duas derrotas, Roberto Cavallo avaliou que faltou tempo e apostou errado nas contratações.
"O tempo foi curto para um projeto de três a quatro anos, que era de colocar o Mixto na Série A do Brasileirão. Outro ponto que errei foi nas contratações: tive dificuldade e apostei errado. Sabia que eles não estavam em condições e corri esse risco", disse.
Entre as contratações feitas pelo Mixto estão a dos dois jogadores Adriano Gabiru e Perdigão, que foram destaque no clube gaúcho Internacional. Ambos não corresponderam às expectativas e foram dispensados após algumas partidas pelo Mixto.
Os outros dispensados foram Luizinho Neto (ex-Sport-PE), Rodrigo Ninja (ex-São Caetano e Ponte Preta – SP) e Paulo Carneiro (ex-Atlético de Rio Verde – GO).
Cavallo informou que, devido ao futebol em Mato Grosso ser considerado como um dos piores do país, ele encontrou bastante dificuldade nas contratações: a maioria dos atletas procurados recusou os convites.
"Tive dificuldades nas contratações. É difícil trazer um jogador de nível para Mato Grosso. O futebol aqui é muito atrasado e com condições precárias. Por isso, não passa da primeira fase da Copa do Brasil", afirmou.
A respeito de uma multa rescisória em seu contrato e que estaria fixada no valor de R$ 1 milhão, Cavallo afirmou que isso não existe e que não passou de uma maldade.
"O problema [para sua demissão] não foi dinheiro e não tem nenhuma multa de rescisão. O problema foi a falta de resultado. Foi isso que me prejudicou", completou.