O saguão do Aeroporto Internacional Galeão Tom Jobim, no Rio de Janeiro, virou um acampamento improvisado para dezenas de chilenos que esperam no lugar a possibilidade de embarcar de volta a seu país, devastado por um forte terremoto. Os voos comerciais para a capital Santiago estão suspensos desde o último sábado, já que o aeroporto da cidade foi parcialmente destruído pelo tremor.
Mais de 50 chilenos estão dormindo no local já que, com as férias ampliadas à força, muitos ficaram sem dinheiro para continuar hospedados em hotéis.
Um dos cidadãos chilenos nessa situação é Nancy Velásquez, que embarcaria para Santiago no sábado em um voo da TAM.
– No sábado, todos dormimos aqui. Às cinco da manhã [de domingo] estávamos todos acordados, passando frio, sem cobertores, sem nada. Ainda não temos nenhuma informação sobre o nosso voo. Então, provavelmente vamos dormir mais um dia aqui no aeroporto.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Lan Chile informou que não prometeu arcar com as despesas dos passageiros e que não tem essa responsabilidade. A empresa chilena informou ainda que não sabe quando poderá decolar com um segundo avião. Funcionários de uma companhia aérea chegaram a chamar a polícia para retirar da frente do balcão da empresa passageiros que estavam descansando no chão. A TAM e a Gol também informaram que não têm previsão de quando voltarão a voar para o Chile.
A orientação do consulado chileno para as pessoas que estão no Brasil sem conseguir voltar para casa é que tentem trocar a passagem que tinham para Buenos Aires e, de lá, seguir por meios terrestres até Santiago. No entanto, os passageiros reclamam que não têm como desembolsar os US$ 350 (R$ 650) necessários para fazer a mudança.